Trânsito, transportes e mobilidade urbana, com Roberta Soares

Mobilidade

Por Roberta Soares e equipe
COLUNA MOBILIDADE

Mobilidade urbana sustentável dá dinheiro e crescerá mais de 40% até 2030, aponta estudo

Esse crescimento, vale ressaltar, vai além da adaptação da indústria automobilística às inovações tecnológicas e às necessidades dos consumidores. É mais profundo

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Roberta Soares

Publicado em 24/08/2022 às 17:36 | Atualizado em 24/08/2022 às 17:55
Os serviços da nova mobilidade urbana vão transformar significativamente a forma como as pessoas se deslocam nas cidades em todo o mundo, muito além do transporte público tradicional e dos carros particulares - E-MOVING

Projetos que oferecem serviços ligados à mobilidade urbana sustentável estão indo muito bem no mundo, apesar da pandemia de covid-19 e da crise econômica gerada por ela. E devem crescer cada vez mais. Deverão vivenciar um verdadeiro “boom”.

Estudo divulgado pela Bloomberg mostra que o volume de negócios na área aumentou 40% em relação aos mais de 260 milhões de euros faturados pelo setor em 2020. A constatação é feita pelo Instituto de Transportes da Universidade da Califórnia, Berkeley, e pelo Oliver Wyman Forum.

Esse crescimento, vale ressaltar, vai além da adaptação da indústria automobilística às inovações tecnológicas e às necessidades dos consumidores. É mais profundo, concluiu o estudo.

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Bike PE: pernambucano usa sistema diariamente e integrado com o transporte público

Os serviços da nova mobilidade urbana vão transformar significativamente a forma como as pessoas se deslocam nas cidades em todo o mundo, muito além do transporte público tradicional e dos carros particulares.

E com um foco maior em sustentabilidade e energias alternativas, que trarão benefícios potenciais para o clima, o combate à poluição e a habitabilidade das cidades. Sob o aspecto sustentável, a adoção de veículos elétricos está entre as principais mudanças.

Estação da Bike PE. - BOBBY FABISAK/JC IMAGEM

O estudo analisou 13 novos serviços de mobilidade em três regiões do mundo: América do Norte, Europa e Ásia. E constatou que a Europa deverá ultrapassar a Ásia como o mercado de veículos elétricos de crescimento mais rápido. Já a Ásia deverá ser o maior mercado de serviços de micromobilidade, como é o caso das bicicletas e trotinetes elétricos.

Atualmente, o mercado asiático de micromobilidade é igual ao da Europa e da América do Norte juntos, mas deverá superá-los até 2030, segundo o estudo.

Os acadêmicos do Oliver Wyman Forum e do Instituto de Transportes da Universidade da Califórnia, Berkeley, também apontam que o avanço da tecnologia e as decisões governamentais determinando medidas de descarbonização - além da procura por novas formas de mobilidade por parte do consumidor, é claro - vão impulsionar o crescimento da mobilidade sustentável em todo o planeta.

Passageiros de transporte coletivo na RMR - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

CONGESTIONAMENTOS, UBER E TRANSPORTE PÚBLICO

O estudo é desanimador quando constata que os congestionamentos continuarão sendo uma preocupação devido à popularidade dos serviços de aplicativos de transporte, como a Uber e a 99, por exemplo, em relação ao transporte público convencional.

Os acadêmicos afirmam ser difícil e cedo para afirmar se os serviços de app sofrerão uma redução massiva com o tempo. "Os passageiros poderão escolher esses serviços em vez do transporte coletivo tradicional", aponta o estudo.

Embora alguns passageiros tenham regressado ao transporte público à medida que os receios da covid-19 diminuíram, esse setor permanece frágil e enfraquecido pela perda de receita.

No Brasil e também no mundo estima-se uma perda de 30% a 40% da demanda de passageiros, mesmo dois anos e três meses após o início da pandemia de covid-19.

"Qualquer mudança a longo prazo do transporte coletivo de passageiros para as novas plataformas e serviços pode não apenas privar os sistemas do apoio financeiro necessário, mas também levar ao congestionamento", alerta o estudo académico.

“Portanto, as cidades terão de encontrar um equilíbrio entre incentivar novas soluções de mobilidade e reforçar os sistemas de transportes públicos”, entendem os autores do estudo.

 

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