Trânsito, transportes e mobilidade urbana, com Roberta Soares

Mobilidade

Por Roberta Soares e equipe
COLUNA MOBILIDADE

Regiões metropolitanas terão apoio da União para elaborar projetos de transporte público coletivo de média e grande capacidade. Metrô poderá ser expandido

Serão contempladas as RMs que tiverem mais de 1 milhão de habitantes e que tenham demanda para metrôs, trens urbanos, VLTs e BRTs

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Roberta Soares

Publicado em 27/09/2022 às 17:35 | Atualizado em 27/09/2022 às 18:08
Metroviários do Recife entraram em greve geral por tempo indeterminado - SEVERINO SOARES/JC IMAGEM

Dentro do pacote de anúncios que o poder público sempre faz em épocas específicas, o governo federal anunciou na Semana Nacional da Mobilidade que irá ajudar as regiões metropolitanas brasileiras a elaborar projetos de transporte público coletivo de média e grande capacidade. Ou seja, sistemas operados por BRTs, VLTs, metrôs e trens urbanos.

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Um protocolo de intenções para a coleta de informações foi assinado entre o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). As RMs que poderão participar do projeto precisam ter mais de 1 milhão de habitantes. A Região Metropolitana do Recife, por exemplo, poderá ser beneficiada com a expansão do Metrô do Recife.



A parceria será válida por 12 meses, a partir da publicação do protocolo de intenções pelo MDR, prevista para breve, e poderá ser renovada por aditivo. Segundo o MDR, a primeira fase da parceria com o BNDES permitirá que sejam elaborados estudos em 21 regiões metropolitanas do País.

Reuniões entre os envolvidos irão analisar a demanda dessas localidades por sistemas de metrô, trem urbano, VLTs e BRT. “A partir desses levantamentos conjuntos, será construída uma carteira de projetos voltada a apontar as necessidades de investimentos para a implementação das ações, nos diferentes níveis de governo e, também, de origens privada e internacional”, explica o MDR.

Discussão tem avançado no País, principalmente com a crise da pandemia de covid-19 que afastou a demanda. Mas nada aconteceu na prática ainda - GUGA MATOS/JC IMAGEM


“A missão do MDR é cuidar das pessoas, e vamos poder fazer isso a partir da melhoria do transporte público. Estamos trabalhando na elaboração de um marco regulatório para o setor no âmbito do Fórum da Mobilidade Urbana para atrair investimento privado. É uma mudança de lógica para atrairmos recursos e provermos melhores serviços para a população”, destacou o ministro do Desenvolvimento Regional, Daniel Ferreira.



Já o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, destacou o impacto que a parceria poderá trazer para o setor de mobilidade urbana no Brasil. Ele lembrou do sucesso alcançado pela área de saneamento básico a partir da sanção do Marco Legal do Saneamento e a estruturação de projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs).

“Esse acordo e esse chamamento público que faremos são um marco da história do setor de mobilidade no Brasil. Há muitas oportunidades no País de ativos rentáveis que podemos modelar. O que fizemos em parceria com o MDR no setor de saneamento é um exemplo. Isso nos dá segurança de que, articulando com esferas de poder e instituições, podemos fazer acontecer. Estamos convencidos de que temos capacidade de atrair investidores, de financiar e, quem sabe, possamos alcançar na mobilidade os resultados que temos em saneamento”, afirmou Montezano.

Segundo levantamento da ANPTrilhos, o Brasil tem hoje 60 projetos, que somam mais de 1.000 quilômetros de extensão para implantação de metrôs, trens urbanos, VLTs, monotrilhos e trens metropolitanos. Se concretizados, esses empreendimentos podem mais que duplicar a malha existente no País de 1.105 quilômetros - BNDES


Para a implementação da parceria, as duas instituições deverão prospectar e fomentar projetos de transporte público coletivo de média e alta capacidade; contribuir para a formação de uma carteira de concessões e parcerias público-privadas (PPPs) que promovam melhorias e investimentos nos serviços públicos, além de gerar insumos para a elaboração da Estratégia Nacional de Mobilidade Urbana, que servirá para apoiar a implementação das propostas.

TRANSPORTE SOBRE TRILHOS

O setor de transporte sobre trilhos foi o que ficou mais empolgado com a parceria entre MDR e BNDES. A Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) definiu o programa como o maior voltado para o transporte estruturante, em especial sobre trilhos, para as regiões metropolitanas com mais de 1 milhão de habitantes.

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“Essa iniciativa marcará a retomada dos investimentos em transporte estruturante, o resgate do planejamento de longo prazo, a atração de novos investidores e o aquecimento da nossa indústria nacional, com grande potencial para a geração de emprego e renda em nosso País. Mas, o mais importante, é que, no final, trará mais qualidade, segurança e regularidade à mobilidade urbana em nossas cidades e regiões metropolitanas e mais qualidade de vida ao cidadão brasileiro”, comemorou a diretora executiva da ANPTrilhos, Roberta Marchesi.

Segundo levantamento da ANPTrilhos, o Brasil tem hoje 60 projetos, que somam mais de 1.000 quilômetros de extensão para implantação de metrôs, trens urbanos, VLTs, monotrilhos e trens metropolitanos. Se concretizados, esses empreendimentos podem mais que duplicar a malha existente no País de 1.105 quilômetros.

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