Pedestres, ciclistas, passageiros de ônibus e motoristas de carros terão que esperar ainda um bom tempo para ver as obras de importantes pontes da cidade, principalmente as localizadas no Centro, serem concluídas. É o caso das Pontes 12 de Setembro - conhecida popularmente como Ponte Giratória - e da Ponte Princesa Isabel, que já estão sob intervenção há mais de um ano.
Segundo a Secretaria de Infraestrutura do Recife, a recuperação estrutural da Ponte Princesa Isabel deverá ser finalizada apenas no fim de 2024. A previsão inicial era em junho. Construída em 1863 e projetada pelo francês Louis Léger Vauthier - mesmo projetista do Teatro de Santa Isabel e do Mercado de São José -, a Ponte Princesa Isabel começou a ser requalificada em dezembro de 2022 e contou com um orçamento de R$ 10,6 milhões.
Além da recuperação do tabuleiro da ponte, o projeto prevê a recuperação do guarda-corpo, substituição de 90 aparelhos de apoio, recuperação das vigas e lajes, chegando a um total de 9.333,17 m² de área recuperada e reforçada, dentre outras intervenções.
PEDESTRES E CICLISTAS PREJUDICADOS. CARROS, POR ENQUANTO, NÃO
A interdição da Ponte Princesa Isabel tem afetado muito a circulação de pedestres e ciclistas porque a obra se estendeu para quase toda a calçada e a prefeitura optou por não abrir espaço no viário. Mas a previsão é de que a área bloqueada seja ampliada em breve, o que deverá impactar na circulação de veículos e piorar ainda mais a mobilidade ativa.
PONTE GIRATÓRIA AINDA COM PROBLEMAS ESTRUTURAIS SOB ANÁLISE
Já a Ponte Giratória, interditada parcialmente desde outubro de 2023 e depois completamente fechada ao tráfego de veículos e até de pedestres, segue sem uma previsão porque os ensaios das patologias da estrutura da ponte seguem.
Segundo Marília Dantas, secretária de Infraestrutura do Recife, serão necessários ainda mais dois meses para que os últimos ensaios sejam concluídos. “E, só a partir deles, esperamos saber qual a dimensão da solução que teremos que adotar. Infelizmente, o problema era maior do que esperávamos quando iniciamos a requalificação da ponte”, explicou.
A intervenção na Ponte Giratória teve início em 2022. A via liga o Bairro de São José ao Bairro do Recife, conectando a Avenida Alfredo Lisboa e o Cais da Alfândega ao Cais de Santa Rita. O investimento inicial na recuperação da estrutura é de R$ 9,4 milhões e os principais serviços foram executados na parte inferior do tabuleiro da ponte, com a remoção da camada de nata de cimento, de modo a garantir a aderência do concreto de recomposição da seção estrutural, ancoragem da tela soldada em aço e posterior aplicação de revestimento de concreto projetado para recomposição da seção da célula/laje.
PONTE IPUTINGA-MONTEIRO COM ENTREGA ATRASADA
O mesmo vale para a Ponte Iputinga-Monteiro (batizada de Engenheiro Jaime Gusmão), na Zona Norte do Recife, obra polêmica na cidade, que se arrastou por anos e foi viabilizada na gestão do prefeito João Campos (PSB). A previsão da prefeitura, anunciada várias vezes pelo próprio gestor municipal, era janeiro deste ano, mas os entraves para a conexão da ponte com o novo sistema viário seguem.
A Ponte Iputinga-Monteiro interliga os bairros da Iputinga e do Monteiro, sobre o Rio Capibaribe, e ficou paralisada por mais de sete anos. O investimento total é de R$ 40 milhões.
Os dois lados da ponte, conectando as regiões Oeste e Norte do Recife, já estão ligados. Embora João Campos tenha afirmado nas redes sociais que a ponte começará a ser utilizada no início de 2024, a prefeitura informou oficialmente que a liberação para uso da população seria no primeiro semestre, sem definir o mês.
PREFEITURA DO RECIFE CONTESTA ATRASO
A Prefeitura do Recife negou oficialmente que as obras da Ponte Engenheiro Jaime Gusmão estejam atrasadas. Garantiu que a ligação, que cruzará o Rio Capibaribe para interligar os bairros da Iputinga e do Monteiro, beneficiando diretamente cerca de 60 mil pessoas, segue com as obras avançadas e sem atrasos no cronograma.
“A etapa principal dos trabalhos foi finalizada em dezembro. Nesta fase, foram feitas as fundações, os pilares e o tabuleiro da ponte, executado através do método de balanços sucessivos - no trabalho, são colocadas peças pré-moldadas que ficam sobre o rio, sem necessidade de sustentação. Também foram concluídas as implantações dos passeios, e guarda-corpos. Por fim, será realizado o asfaltamento e a ciclovia”, afirmou em nota enviada à Coluna Mobilidade.
E seguiu explicando: “Já a segunda etapa diz respeito à ligação da ponte com o solo, devendo ser entregue em abril deste ano - dentro do prazo previsto inicialmente. Nesta fase estão sendo feitos os serviços de terra armada (que permite a ligação da ponte com o solo) e o sistema viário da ponte, que ligará os bairros do Monteiro e da Iputinga”, finaliza.