Notícias sobre segurança pública em Pernambuco, por Raphael Guerra

Segurança

Por Raphael Guerra e equipe
7 DE SETEMBRO

MPPE pede que Polícia Militar evite excessos nas manifestações a favor e contra Bolsonaro em Pernambuco

Recomendação foi encaminhada ao comandante geral da PM, coronel José Roberto de Santana, para que ordem seja repassada ao efetivo

Cadastrado por

Raphael Guerra

Publicado em 02/09/2021 às 22:06 | Atualizado em 02/09/2021 às 22:25
Manifestação contra o governo Bolsonaro no Recife no dia 24 de julho de 2021 - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) encaminhou recomendação à Polícia Militar do Estado para que possíveis excessos de força e uso de armas sejam evitados durante as manifestações a favor e contrárias ao governo do presidente Jair Bolsonaro previstas para o próximo dia 07 de setembro, feriado do Dia da Independência. 

Estão previstos ao menos três movimentos no Recife, todos organizados pelas redes sociais: “Carreata da Independência Dia 07/Dia “D” pela nossa liberdade”, “Passeata promovida pela Aliança por Pernambuco” e “Grito dos Excluídos e Excluídas – Vida em Primeiro Lugar! # Fora Bolsonaro”. As três mobilizações, que também vão ocorrem em várias partes do País, são organizadas por movimentos e entidades da sociedade civil. 

Na recomendação, o promotor de Justiça Westei Conde, da 7ª Promotoria de Defesa da Cidadania e de Direitos Humanos, pede ao comandante geral da PM, coronel José Roberto de Santana, "a observância estrita — durante as referidas manifestações, desde a concentração ao término — do eventual uso da força, baseado nos princípios da legalidade, necessidade, razoabilidade e proporcionalidade, com o fito de se evitar excesso na utilização da força e emprego inadequado de armas (letais e não letais) e a consequente responsabilidade administrativa, civil e criminal dos policiais militares envolvidos". 

O promotor de Justiça também destacou, na recomendação, que é preciso que os policiais militares façam uso adequado dos cadarços de identificação, em local visível no uniforme operacional e nos coletes balísticos. 

A recomendação foi reforçada após ação desastrosa praticada por policiais militares contra manifestantes que fizeram um ato contra o governo Bolsonaro, no final do mês de maio, na área central do Recife. Na ocasião, manifestantes ficaram feridos. E dois trabalhadores, que passavam pelo local no momento, também foram atingidos nos olhos e perderam a visão. O caso teve repercussão nacional e levou à queda do então comandante geral da PM, coronel Vanildo Maranhão, e do então secretário de Defesa Social, delegado federal Antônio de Pádua. Dezoito PMs também foram afastados das funções. 

PM usou da força para dispersar protesto contra Bolsonaro no Recife, no fim de maio - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

O QUE DIZ A SDS

A Secretaria de Defesa Social (SDS) informou, por meio de nota oficial que, "por iniciativa do Governo de Pernambuco, foi instalada uma Mesa Permanente de Articulação com a Sociedade Civil, composta por cinco secretarias estaduais, com o objetivo de ampliar o diálogo e garantir a realização de movimentos sociais de forma pacífica, segura e atendendo aos decretos sanitários em vigor".

O texto disse que "nos dias que antecedem os atos, houve reuniões com os representantes dos movimentos, para a pactuação de uma convivência pacífica entre manifestantes e a população como um todo. Além da SDS, participam da Mesa Permanente as pastas de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude; Políticas de Prevenção à Violência e às Drogas; Casa Civil; e Justiça e Direitos Humanos. As forças de segurança, de forma integrada, estão atentas para garantir o exercício da democracia de forma ordeira".

A pasta pontuou ainda que "a Corregedoria Geral da SDS estará acompanhando os atos para assegurar que servidores públicos da segurança atuem dentro da técnica, legalidade, da prevenção à violência e proteção do cidadão, além de cumprirem as demais diretrizes dos códigos de conduta de cada força operativa".

 

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