Os Crimes Contra o Patrimônio (CVPs), que englobam os roubos e furtos, voltaram a crescer pelo terceiro mês consecutivo em Pernambuco. Segundo dados divulgados nesta semana pela Secretaria de Defesa Social (SDS), 4.039 roubos e furtos foram contabilizados pela polícia no último mês de outubro. Já no mesmo período de 2020, foram 3.934 ocorrências desse tipo.
Apesar do aumento dos casos, observado nos meses de agosto, setembro e outubro, o Estado acumula uma leve queda dos índices no acumulado dos dez primeiros meses do ano. De janeiro a outubro deste ano, foram 43.067 registros de CVPs. No mesmo período de 2020, foram 44.737. A redução é de 3,7%.
Um caso grave registrado no mês passado foi o do professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) precisou passar por cirurgia após ser assaltado e agredido no Parque Santana, na Zona Norte do Recife. Rodrigo Carreiro andava de bicicleta quando foi surpreendido por três homens.
A tendência de crescimento dos números da violência preocupa a polícia. Nas ruas, a população tem sentido que os casos de roubos, de fato, cresceram. E temem pela segurança. Em setembro, a Polícia Militar deu início à Operação Verão, reforçando a segurança em algumas áreas estratégicas, mas, ainda assim, os números aumentaram.
HOMICÍDIOS
A SDS anunciou, ontem, que 266 pessoas foram assassinadas no Estado no mês de outubro. Foram 62 vítimas a menos em comparação ao mesmo período de 2020. No acumulado do ano, o Estado soma 2.769 mortes violentas. A redução é de 12,5% em relação a 2020.
"A Área Integrada de Segurança (AIS) de Salgueiro, por exemplo, não registra homicídios há mais de 6 meses. São sete municípios (Cedro, Mirandiba, Parnamirim, Salgueiro, Serrita, Terra Nova e Verdejante) de uma região historicamente violenta com prolongado período sem vidas perdidas para o crime", destacou, em nota, o secretário de Defesa Social, Humberto Freire.
FEMINICÍDIOS
Pernambuco deve fechar o ano com aumento considerável dos casos de feminicídios. Entre janeiro e outubro deste ano, 74 mulheres foram vítimas desse tipo de crime. No mesmo período de 2020, foram 60 casos. O aumento é de 23,3%, segundo a SDS.
Somente no mês passado, seis casos de feminicídios foram contabilizados. Dois deles no Cabo de Santo Agostinho.
No dia 02 daquele mês, uma mulher de 50 anos foi assassinada com um tiro no quintal da casa, no Engenho Serraria, zona rural do Cabo. Uma cruz foi fixada ao lado do corpo. Os sapatos da vítima ficaram ao lado. No dia seguinte, o marido dela foi morto a tiros. A polícia classificou a morte da mulher como feminicídio. Mas não revelou detalhes do caso.
No dia seguinte, outra mulher de 36 anos foi morta a facadas após recusar a investida de um homem com quem bebia no bairro de São Francisco, também no Cabo de Santo Agostinho. A relação entre a vítima e o assassino não foi divulgada à época.
O número de queixas de mulheres que procuram as delegacias para denunciar qualquer tipo de violência ou ameaça praticada por companheiros ou ex-companheiros também cresceu neste ano. Em dez meses, foram 34.240 casos. Cem a mais do mesmo no mesmo período de 2020.
A orientação da Polícia Civil é que na primeira ameaça ou agressão sofrida, a vítima já procure a delegacia mais próxima para registrar queixa. A Secretaria Estadual da Mulher também conta com um número para orientações e pedido de ajuda: 0800-281-8187. A ligação é gratuita.