Douglas Hacknen
Publicado em 27/10/2020 às 20:26
Após confirmação no aumento na média móvel de casos de coronavírus em Pernambuco, após 51 dias de flutuação entre queda ou estabilidade, o secretário estadual de Saúde, André Longo, minimizou os números durante encontro, nesta terça-feira (27). De acordo com o gestor, o crescimento sentido nos últimos 15 dias é referente aos casos leves da doença, portanto, não seria "nada muito expressivo que configure uma tendência". O secretário esteve reunido com representantes do setor privado de saúde e também negou aumento na ocupação de UTIs particulares.
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Em reunião com representantes do Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do Estado de Pernambuco (Sindhospe), além da Federação de Hospitais Filantrópicos, o secretário conversou sobre a atual demanda de pacientes suspeitos e confirmados com coronavírus nos serviços pernambucanos. De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, atualmente, a rede pública possui uma ocupação média de 59%, mantendo uma tendência de estabilidade desde o pico da pandemia. Ocupação de UTIs no setor privado é de 74%.
Dados enviados pelas unidades nesta terça-feira mostram que são 132 leitos de enfermaria nos serviços privados, com uma taxa de ocupação de 21%. Em relação à UTI, são 202 vagas. A rede pública estadual possui 933 vagas de enfermaria exclusivos para covid-19, com ocupação de 46%. São 785 leitos de UTI, com ocupação de 75%.
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"Na análise epidemiológica do estado observou-se um aumento, nos últimos 15 dias, de casos leves, mas nada muito expressivo que configure uma tendência. Durante o Plano de Convivência temos visto algumas flutuações, elas podem acontecer, mas essas oscilações estão dentro de um patamar esperado, sem configurar tendência clara de aumento, de recrudescimento, ou de uma segunda onda de covid-19. Ao mesmo tempo, também temos uma queda sucessiva nos casos leves efetivamente confirmados para o novo coronavírus, o que reforça a circulação de outros vírus sazonais e a maior exposição da população a eles", alegou o secretário.
Segundo o Sindhospe, os serviços particulares também estão operando dentro da normalidade, com desmobilização de leitos e retomada de assistência em outras patologias. O Sindicato ratificou que não houve superlotação dos leitos hospitalares em Pernambuco.
Representantes das unidades hospitalares confirmaram um aumento no número de pessoas nas emergências com sintomas gripais leves na última semana, mas "sem nenhuma consolidação estatística para que se possa dizer que está havendo uma segunda onda ou um aumento significativo de casos".
"Os hospitais privados não estão com aumento na ocupação de suas UTIs, com pacientes graves do novo coronavírus. Com a reabertura das atividades econômicas e o retorno da intensa circulação de pessoas, alguns serviços da rede privada nos relataram uma maior procura de pacientes com quadros respiratórios leves na última semana, o que pode ser impacto, inclusive, da falta de cuidados da população durante o feriado do dia 12 de outubro", disse o secretário André Longo.
O gestor justificou que, diferente do início da pandemia, quando a indicação era que os casos leves permanecessem em casa, agora, a população está procurando mais a rede ao surgirem os primeiros sinais sugestivos da doença. "No entanto, essa procura se deve pelos mais diversos quadros e não necessariamente da covid-19, já que há uma série de outras doenças que continuam circulando e provocam sintomatologia semelhante", pontuou.
O secretário estadual ainda disse que a rede de saúde continua com capacidade de mobilização para, se necessário, retomar leitos para assistência à covid-19. Em relação às mensagens que circulam nas mídias sociais, André Longo foi enfático: "não podemos tomar medidas por uma impressão de um dia ou de outro, ou por uma situação que aparece apenas em uma semana epidemiológica. Precisamos configurar tendência, analisar os números. A gente não deve se precipitar em nenhum tipo de medida, mas ressalto que estamos observar os cenários diariamente. Se for preciso tomar alguma medida mais rígida, nós vamos tomar, mas isso é acompanhando o cenário, os indicadores", finalizou.