Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (25), em que foi anunciada a extensão da quarentena mais rígida até o próximo dia 31 de março em Pernambuco, o médico Demetrius Montenegro, chefe do setor de Infectologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), frisou o quanto tem se preocupado com a frequência de adultos jovens que chegam aos hospitais com sintomas de covid-19. "Eles estão se expondo muito. A gente está cansada de ver gente morrendo e à espera de um leito. Isso magoa, é doloroso e traz bastante sofrimento. Não fiquem cegos para esta doença", desabafou o infectologista, neste dia em que o Estado ultrapassa a marca de 1.800 pessoas que recebem atualmente assistência em terapia intensiva (UTI). Entre elas, 1.424 estão em leitos públicos e 418 em vagas privadas.
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Neste mês de março, o governo de Pernambuco abriu 430 leitos de UTI, mas todos estão sendo ocupados rapidamente, devido à velocidade de disseminação do novo coronavírus e o comportamento inadequado de parte da população em relação às medidas restritivas para conter o avançar da pandemia. "Precisamos interromper o curso da doença; o comportamento de cada um é fundamental. Precisamos dar um pouco mais de cada um para ter uma quarentena efetiva no Estado", frisou o seretário Estadual de Saúde, André Longo, que solicitou que a população fique em casa, especialmente neste fim de semana.
Nesta quinta-feira (25), pelo segundo dia consecutivo, Pernambuco bateu um recorde negativo de números da covid-19. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou mais 2.786 casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus. É o maior número diário de confirmações registrado desde o início da pandemia. O recorde anterior era o da quarta-feira (24), quando Pernambuco computou 2.738 casos da doença. Agora, o Estado totaliza 339.022 pessoas que já tiveram a infecção.
Com a confirmação de mais 2.786 pessoas infectadas nesta quinta-feira (25), a média móvel, que leva em consideração os dados dos últimos sete dias, atingiu 1.958 casos. Isso representa uma tendência de alta em 62% com relação à média móvel de 14 dias atrás.
A média móvel é recomendada para medir o avanço da pandemia em um local. Ela contabiliza a média dos últimos sete dias (contando com o dia atual) e compara com 14 dias atrás. Variações acima de 15%, seja para mais ou menos, indicam tendência de alta ou queda, respectivamente. Já abaixo disso, indica estabilidade. Com relação às mortes em Pernambuco, a média móvel atingiu 41 óbitos, apresentando uma tendência de alta de 46%.