Cerca de 110 mil pernambucanos aguardam tomar a segunda dose da CoronaVac para finalizar o esquema vacinal contra a covid-19. Eles ultrapassaram o intervalo de 28 dias entre a primeira e a segunda aplicação, o que leva ao receio de que esse atraso comprometa a imunização. No entanto, em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (29), o médico Eduardo Jorge da Fonseca Lima explicou ser difícil o adiamento da vacinação causar algum prejuízo na resposta imunológica.
"É muito improvável que uma vacina com vírus inativado interfira na imunogenicidade (capacidade de uma substância provocar uma resposta imune, como o desenvolvimento de anticorpos) do organismo. Por isso, eu fico tranquilo em dizer que esse atraso, como o de 10 dias que estimamos, não trará prejuízo na resposta da vacina", assegurou Eduardo Jorge, que é representante da Sociedade Brasileira de Imunizações no Comitê Técnico Estadual para Acompanhamento da Vacinação contra a Covid-19.
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Na última semana, o Ministério da Saúde enviou menos doses da CoronaVac do que o previsto às unidades federativas. Dessa forma, o Estado decidiu que as doses remanescentes deveriam ser utilizadas prioritariamente como segunda dose, a fim de completar os esquemas vacinais já iniciados contra a covid-19. Para os municípios sem estoque, a orientação foi de fazer o agendamento para a data prevista de chegada de novas remessas.
"Hoje chegaram quatro mil doses de CoronaVac a Pernambuco. No fim de semana, esperamos receber cerca de 25 mil. Atualmente, há (déficit) em torno de 110 mil doses para complementar o esquema vacinal de pessoas no Estado. Nós temos a expectativa de que, até o fim da semana que vem, possamos recompor isso e, à medida que as doses forem chegando, as pessoas serão vacinadas", esclarece o secretário Estadual de Saúde, André Longo.
Balanço
Desde o início da campanha de imunização contra a covid-19, em janeiro, Pernambuco já aplicou 1.996.076 doses de vacinas contra a covid-19. Entre elas, 1.352.508 foram primeiras doses. Ao todo, foram feitas a primeira dose em 235.207 trabalhadores de saúde; 25.073 povos indígenas aldeados; 34.008 em comunidades quilombolas; 6.192 idosos em instituições de longa permanência; 467.584 idosos de 60 a 69 anos; 387.436 idosos de 70 a 79 anos; 102.358 idosos de 80 a 84 anos; 88.713 idosos a partir de 85 anos; 994 pessoas com deficiência institucionalizadas; 4.943 trabalhadores das forças de segurança e salvamento. Além disso, o Estado totaliza 643.568 pessoas que já finalizaram o esquema vacinal (ou seja, tomaram ambas as doses do imunizante).