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Saúde e Bem-estar

Por Cinthya Leite e equipe
COLUNA JC SAÚDE E BEM-ESTAR

Vai ter Carnaval em 2022? Fiocruz e universidade listam recomendações para a realização da festa

"Estamos discutindo os benefícios e os riscos que a sociedade pode – e deseja correr", destaca pesquisador

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Cinthya Leite

Publicado em 19/10/2021 às 10:48 | Atualizado em 19/10/2021 às 11:20
Quadra da Unidos da Tijuca, escola de samba do Rio de Janeiro - FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

A Fiocruz e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) elaboraram nota técnica, a pedido da Comissão Especial de Carnaval da Câmara dos Vereadores, que aponta cinco indicadores para a realização de um Carnaval seguro na cidade do Rio de Janeiro em 2022. O documento enviado ao Comitê Especial de Enfrentamento à Covid-19 (CEEC), da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio, considera indicadores utilizados por organismos internacionais para atividades de potenciais riscos de aglomerações.

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O conteúdo alerta para a necessidade de uma taxa de 80% da população completamente vacinada com as duas doses ou dose única, exige protocolos rígidos da prefeitura e constantes ações de monitoramento e vigilância das autoridades sanitárias.

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Assinado pelos pesquisadores Hermano Castro, pneumologista e ex-diretor da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, e Roberto Medronho, professor titular de Epidemiologia da Faculdade de Medicina da UFRJ, o relatório apresenta as seguintes propostas.

Confira as recomendações para a realização do Carnaval 2022: 

Cobertura vacinal para o Carnaval 2022

“Recomendamos a taxa de vacinação acima de 80%, levando em consideração a variante delta, cuja transmissão pode afetar até 10 pessoas. Essa é uma fórmula de imunidade que a epidemiologia usa, e trata-se de uma porcentagem mais conservadora. Atualmente, o único indicador que ainda não alcançamos foi o da vacinação, mas são valores totalmente possíveis de atingirmos, desde que não haja a interrupção da vacina”, afirmam os pesquisadores.

Passaporte vacinal para o Carnaval 2022

O documento também reforça a adoção de protocolos rígidos, a serem elaborados pelos gestores e autoridades, baseados em informações científicas recentes, como a exigência do passaporte vacinal em espaços fechados e para a hospedagem, controle de fronteiras aéreas e terrestres, principalmente com a exigência da vacina, garantia de trabalho seguro nos barracões para os colaboradores (com oferta de testagem para os trabalhadores dos barracões, distribuição de máscaras, distanciamento físico e higienização das mãos) e a construção de mecanismos públicos (como um “Painel do Carnaval”) para o monitoramento dos indicadores ao longo de todo o processo (no mínimo a partir de 100 dias do carnaval e durando até 30 dias após o carnaval), com divulgação pública para informar as agremiações e coletivos carnavalescos sobre a segurança sanitária e a viabilidade do carnaval, a fim de calcular o impacto sobre a cidade após o evento.

A nota técnica ainda reforça que, para além desses indicadores, a sociedade deve discutir qual risco deseja assumir com a realização do evento. “Essa discussão transcende em muito os dados quantitativos oferecidos pelos indicadores. Ela é essencialmente ética", advertem os autores. E Hermano Castro completa. “O Carnaval é uma festa popular com aglomeração, tem a característica de misturar as classes sociais e pode, sim, ser um grande evento-teste. Estamos discutindo os benefícios e os riscos que a sociedade pode – e deseja correr. A semana do carnaval traz impactos para a cidade nas áreas da saúde pública, da segurança pública, da economia e, em tempos de pandemia, devemos reforçar a vigilância em todos os setores”, recomendou.

A incerteza com as variantes para o Carnaval de 2022

Os pesquisadores reforçam que é necessário ter em mente as incertezas relacionadas ao surgimento das variantes, uma vez que a vacinação não ocorre de forma homogênea no mundo. “Também estamos atentos à possibilidade do surgimento de variantes de preocupação, ou seja, que podem modificar o curso da epidemiologia da doença (aumento de transmissão ou aumento da mortalidade e casos graves). Isso também será uma incerteza até lá. É preciso acompanhar as festas de fim de ano e os índices nas primeiras semanas de janeiro de 2022. Os riscos e benefícios da decisão da realização do carnaval devem ser assumidos por todos", destacam os pesquisadores. 

Vai ter Carnaval no Recife em 2022? 

O prefeito João Campos instalou, no último mês, a Comissão Interna do Carnaval, formada por diversas secretarias do município. O grupo ficará responsável por deliberações e ações administrativas relacionadas ao Carnaval 2022. A realização do evento ainda não está definida e dependerá do parecer das autoridades sanitárias. O objetivo é garantir o cumprimento de prazos, a articulação externa e todas as demandas pertinentes ao ciclo carnavalesco.

 

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