Notícias sobre segurança pública em Pernambuco, por Raphael Guerra

Segurança

Por Raphael Guerra e equipe

VIOLÊNCIA

Pernambuco soma 359 assassinatos em janeiro de 2024; pior resultado desde março de 2020

O primeiro mês do ano registrou um aumento de 24,22% no número de mortes violentas, se comparado com ao mesmo período de 2023

Cadastrado por

Raphael Guerra

Publicado em 06/02/2024 às 9:29 | Atualizado em 08/02/2024 às 11:32
Somente na Região Metropolitana do Recife, as mortes violentas intencionais cresceram mais de 73% em janeiro - ARTUR BORBA/JC IMAGEM

O primeiro mês de 2024 foi marcado pelo aumento da violência em Pernambuco. De acordo com estatísticas da Secretaria de Defesa Social (SDS), 359 mortes violentas intencionais foram registradas em janeiro. Houve um aumento de 24,22% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 289 assassinatos foram somados. 

Esse foi o mês com maior número de mortes violentas desde o início do governo Raquel Lyra. Além disso, foi o pior resultado desde março de 2020, quando 363 pessoas foram assassinadas. 

Ao observar os recortes de casos por região de Pernambuco, percebe-se que o resultado mais preocupante continua sendo na Região Metropolitana do Recife (RMR). Ao todo, em janeiro deste ano, 198 mortes violentas intencionais foram somadas. O aumento foi de 73,68% em relação ao mesmo período de 2023, quando 114 casos foram contabilizados. 

A guerra entre facções rivais pelo domínio do tráfico de drogas é um dos fatores que tem contribuído para essa elevação. 

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INTERIOR

Na Zona da Mata, em janeiro deste ano, 50 pessoas foram mortas. Foram nove casos a menos que no mesmo período do ano passado. Redução de 15,3%.

No Agreste, 63 assassinatos foram somados pela polícia em janeiro de 2024. Já no mesmo período de 2023, foram contabilizadas 75 mortes violentas. Queda de 16%.

Já no Sertão, 48 pessoas foram mortas em janeiro deste ano. Foram sete casos a mais. O aumento foi de 17% em relação ao mesmo período de 2023. 

Nessas estatísticas estão somados os homicídios, feminicídios, lesões corporais seguidas de morte, latrocínio e óbitos em intervenções policiais. 

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CRESCIMENTO DOS FEMINICÍDIOS

Ao observar apenas o recorte dos feminicídio, as estatísticas também indicam que houve aumento dos casos. Em janeiro deste ano, oito mulheres foram vítimas desta modalidade criminosa. Foram três mortes a mais do que no mesmo período de 2023. 

Os registros, neste ano, ocorreram no Recife (2), Petrolina (2), Belém de Maria (1), Gravatá (1), Ouricuri (1) e São Joaquim do Monte (1). 

DESAFIO É GRANDE PARA O GOVERNO DE PERNAMBUCO

Com resultados desastrosos no primeiro mês de 2024, o governo de Pernambuco entrou em alerta. Afinal, o ano de 2023 também fechou com aumento das mortes violentas intencionais. 

O Juntos pela Segurança, lançado por Raquel Lyra em novembro de 2023, tem como meta uma queda de 30% nos índices de violência até o final de 2026, tendo como base os resultados de 2022.

Quatro indicadores são avaliados: mortes violentas intencionais, violência contra a mulher, crimes violentos patrimoniais e roubos e furtos de veículos.

Segundo a SDS, 3.637 pessoas foram assassinadas no Estado em 2023. O crescimento foi de 6,12% em relação a 2022, quando 3.427 vidas foram perdidas. O resultado vai na contramão da média nacional. O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) divulgou que o País atingiu uma queda de 4%. 

Ao todo, 22 estados do Brasil apresentaram redução das mortes em 2023. 

JANEIRO FOI MARCADO POR TROCA DE COMANDOS NAS POLÍCIAS

Em meio ao aumento da violência, a governadora Raquel Lyra fez mudanças na cúpula da segurança pública de Pernambuco. O coronel Tibério César dos Santos foi substituído por Ivanildo Cesar Torres no comando geral da Polícia Militar. Já a delegada Simone Aguiar foi trocada pelo também delegado Renato Leite na chefia da Polícia Civil. 

O governo Raquel Lyra também enfrenta uma queda de braço com o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco e com a Associação de Delegados de Polícia do Estado. Ambos reclamam da falta de diálogo com o governo para discutir reajustes salariais e melhorias para os profissionais da segurança.

Os delegados, inclusive, não estão mais participando do Programa de Jornada Extra da Segurança (PJES) como forma de pressionar a gestão estadual. Por causa da entrega dos plantões extras, investigações de crimes foram afetadas ao longo do último mês. 

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