Reaberta de forma completa (com as devidas restrições sanitárias) na semana passada, a Chapada Diamantina, na Bahia, voltou a atrair os amantes do ecoturismo de todo o Brasil e do exterior. Na relação dos principais atrativos da região, sem dúvida, estão as dezenas de cachoeiras (fora os famosos poços que mostramos na semana passada). Entre elas, a segunda maior do Brasil e outras consideradas das mais bonitas do mundo. Se planeje bem para a viagem e mergulhe junto com a coluna Turismo de Valor nesta aventura pelas lindas quedas d´água da chapada (os vídeos foram gravados antes da pandemia).
Cachoeira do Buracão
De fato uma beleza no aumentativo. A Cachoeira do Buracão fica no município de Ibicioara e a trilha até ela é fácil com apenas três quilômetros pelas margens do Rio Espalhado. No caminho, como aperitivo, você passa outras cachoeiras como Buracãozinho, Orquídeas e Recanto Verde. O detalhe é que quando se chega ao acesso do Buracão não se enxerga à queda d’água.
É preciso antes passar pelo cânion em forma de curva. São duas opções de caminho: Ou andando encostado nos paredões ou nadando pelo meio deles. Sem dúvida a segunda alternativa é a mais legal e especial.
Depois de colocar o colete salva-vidas é hora de se jogar na escura e espumosa água (efeito dos restos orgânicos da mata). Aí basta nadar contra a correnteza com tranquilidade e ir atravessando o cânion até aos poucos ver a cachoeira se mostrando.
É emocionante se deparar no enorme vão de pedra com uma deslumbrante queda d’água de 85 metros de altura e ao chegar nela realmente lavar a alma.
Com corpo e espírito renovado, o visitante no final é levado até o topo da cachoeira para apreciar a paisagem de cima. Depois será mais um na imensa e cada vez maior lista dos que admiram a Cachoeira do Buracão e todo o seu aumentativo de beleza.
Cachoeira da Fumaça
A segunda maior cachoeira do Brasil. Apenas o título por si só, claro, já chama a atenção, mas os encantos da Cachoeira da Fumaça vão além dos seus 385 metros de altura. O próprio caminho para chegar até ela, no Vale do Capão, já é um atrativo e desafio à parte. Existem duas formas de visitá-la: Por cima, a mais comum e fácil em um dia, e por baixo, a mais árdua e difícil em três dias.
Vale frisar que optar pela primeira não significa necessariamente facilidade. No total são 12 quilômetros de trilha, ida e volta, sendo que os dois quilômetros iniciais são de uma subida íngrime que exige um certo preparo físico. Mas são feitas várias paradas para descansar e curtir o lindo visual. Após esta parte, a caminhada seguinte passa a ser mais plana e tranquila.
Duas horas depois de começar o trajeto finalmente se chega no mirante de onde se pode observar a cachoeira e comprovar a explicação para o seu nome. De tão alta ela faz com que a água chegue lá embaixo em formato de fumaça com o vento. Em dias claros, o espetáculo fica ainda mais bonito com o surgimento de arco-íris. Para admirá-lo bem é preciso coragem. Isso porque chegar na ponta da pedra que oferece a melhor visão pode dar um pouco de medo em alguns. Por isso a orientação dos guias é de chegar até a beira lentamente. Com o cuidado necessário e respeitando seus limites é possível apreciar a cortina de fumaça da linda janela do vale.
Cachoeira do Mosquito
Fácil acesso e linda paisagem. Com essas caraterísticas não tem como não querer conhecer a Cachoeira do Mosquito. Ela fica localizada a 40 quilômetros de Lençóis e não precisa de guia para visitá-la. E nem é necessário ter preocupação redobrada com o repelente. O nome da queda d’água faz referência, na verdade, a pequenos diamantes que eram encontrados no local pelos garimpeiros. De tão miúdas as pedras preciosas foram apelidadas por eles de mosquitos.
Mas a cachoeira já começa a impressionar antes mesmo de chegar nela. Na estrada de acesso ao local existe um mirante onde dá pra ver de longe a queda d’água. Vale muito uma parada pra fazer uma foto e já ir admirando o que vem pela frente.
A trilha a pé é feita quase toda em uma escadaria. A descida dura em média 20 minutos. Depois finalmente o visitante se depara com a imponente cachoeira de 70 metros de altura. Hora de tirar os sapatos e fazer o ritual repetido por todos de seguir até a base da queda d’agua. É revigorante sentar na pedra e debaixo da cachoeira sentir a força da água batendo nas costas. As cachoeiras da Chapada Diamantina realmente são de lavar a alma.