Lula Queiroga retorna ao emblemático palco do Teatro do Parque, onde fez o seu primeiro show num teatro, em 1979, neste sábado (26), às 20h. O reencontro não será apenas com o equipamento cultural centenário, que passou dez anos fechado, mas também com o público recifense, após períodos restritivos. É o primeiro show do artista na cidade desde o começo da pandemia, em março de 2020.
Há exato um ano, em 26 de março de 2021, ele realizou uma live no projeto #EmCasaComSesc, do Sesc São Paulo. Agora, Queiroga apresentará um repertório autoral, com músicas de seus discos e composições gravadas por parceiros na música. Os ingressos custam R$ 50 e R$ 25 (meia), à venda no Sympla.
Especificamente nesse show, Lula Queiroga transita entre sucessos de cinco discos: "Aboiando a Vaca Mecânica" (2001), "Azul Invisível e Vermelho Cruel" (2003), "Tem Juízo Mas Não Usa" (2009), "Todo Dia É o Fim do Mundo" (2011) e "Aumento o Sonho" (2017). "É um repertório de músicas que se comunicam entre si, como guiadas por um cordão invisível. Tem uma costura subjetiva pessoal, mas que detém um desenho", reflete Lula, ao JC.
"Nesse desenho, o show começa sóbrio e vai ganhando pressão. Todas aquelas palavras começam a fazer um sentido meio aleatório", continua sobre o espetáculo, que conta com direção musical de Yuri Queiroga (guitarra e violão) e banda formada por Guilherme Assis (guitarra e teclado), Lucky Queiroga (baixo e voz), QRG (efeitos e voz) e Max Matias (bateria). O show é realizado com recursos da Lei Aldir Blanc do Recife, via edital Joel Datz - LAB.
"Eu comecei na música quando nasci, pois minha mãe era cantora. O Parque foi o primeiro teatro que eu me vi como artista, numa participação com vários outros", relembra, já falando da relação com o Teatro do Parque. "Foi uma emoção que você não esquece. Agora, estávamos procurando uma forma de voltar e recebemos essa oportunidade através da Lei Aldir Blanc."
Queiroga prepara roteiro de longa-metragem
Atualmente, o artista prepara-se para seu primeiro longa-metragem de ficção, "O Hipnotista", com roteiro escrito em parceria com Hilton Lacerda ("Tatuagem", "Fim de Festa") e Lírio Ferreira ("Baile Perfumado", "Árido Movie").
"Ainda estamos na fase do roteiro, pois esse é um filme caro. Tem um roteiro bem específico, com um 'gap' de 50 anos. A primeira parte se passa e Taquaritinga do Norte. Nós passamos uma semana vendo o ambiente e a segunda escrevendo", diz, sobre o filme. "Sou apaixonado por cinema, mas no momento tô querendo fazendo alguns discos. Também recebemos convites para shows em outros lugares: Minas Gerais, São Paulo, Rio".
Instrumentista, cantor, compositor, produtor e cineasta, Queiroga conta com mais de 200 composições registradas, interpretadas por importantes nomes da música brasileira, como Lenine, Elba Ramalho, Ney Matogrosso, Milton Nascimento, Zélia Duncan, Marcelo Falcão e Arnaldo Antunes.
Recebeu o prêmio de Melhor Compositor Popular em 2002, pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), e, em 2008, o de Melhor Álbum de Música Contemporânea Regional, categoria do Grammy, pela produção do álbum "Qual o Assunto que Mais Lhe Interessa?", de Elba Ramalho.
Também compôs para a trilha dos filmes "Sabor da Paixão" (2000), de Fina Torres, "Caramuru - A Invenção do Brasil" (2001), de Guel Arraes, e "Pindorama - A Verdadeira História dos Sete Anões" (2007), que dirigiu com Leo Crivellare e Roberto Berliner.
SERVIÇO
Lula Queiroga Ao Vivo no Parque
Onde: Teatro do Parque (Rua. do Hospício, 81, Boa Vista)
Quando: neste sábado (24), às 20h
Quanto: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia), à venda no Sympla