O lugar que o Dia da Consciência Negra ocupa na vida e produção artística de Vinícius Barros, um dos convidados do show virtual promovido nesta sexta-feira pela plataforma Ágora Sonora, é primordialmente de celebração. Para marcar a data em 2020, o cantor e compositor pernambucano disponibiliza a partir de hoje o single Pra Abraçar quem Sou, música que tem participação de Nego Henrique (Cordel do Fogo Encantado) na percussão, além de coro formado por Gabi da Pele Preta, Larissa Lisboa e Lucas Crasto.
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Em entrevista por telefone ao JC, Vinícius pontua que a canção surgiu da provocação de compor algo que contribuísse para um repertório altivo, de autoconhecimento e valorização da memória e sabedoria ancestral.
"Mesmo sob a perspectiva do sorriso ainda há protesto, porque nossa felicidade incomoda a cultura do racismo. A integração das pessoas da nossa comunidade também é uma resposta à estruturação do preconceito", observa ele, que tem atuado ainda como anfitrião em lives com profissionais negros ligados à cultura em seu perfil no Instagram (@viniciusbarros_oficial).
A primeira delas foi com o fotógrafo, professor e produtor cultural Rennan Peixe, que teve uma foto de sua autoria selecionada para compor a exposição comemorativa pelos 75 anos da Organização das Nações Unidas.
O músico também já conversou com o jornalista e ativista Edson Fly, nome à frente da comunicação da Ação Comunitária Caranguejo Uçá, e com o bailarino, professor e pesquisador Orun Santana. Entre os próximos convidados estão Gabi da Pele Preta e Gabi Apolônio, musicista e pesquisadora.
"É importante apresentar essas referências para o público. Quanto mais a gente se conhece, mais temos orgulhos de nós. Não estamos carentes (da existência) dessas referências, mas de que elas ocupem lugares de destaque", detalha Vinícius Barros.
Pra Abraçar quem Sou pode ser ouvida no streaming e pelo YouTube, com versos inciais que afirmam: "Há um futuro pra nós/Há uma história na voz/Uma ciência que habita a nossa fé/A nossa alma tem cor/Guarda a memória griô/Assusta o front do ódio/E está de pé".