Em entrevista coletiva online nesta segunda-feira (31) o presidente da Stellantis para América do Sul, Antonio Filosa, confirmou para o último trimestre deste ano a chegada de modelos eletrificados ao Brasil das marcas que compõem o grupo (Fiat, Jeep, Peugeot e Citroen). Ao mesmo tempo, Filosa descartou a fabricação local desses veículos afirmando que, primeiro, vai "testar" o mercado trazendo modelos importados. "O que está definido é a importação. Vamos ver como vai ficar a competitividade e a oferta global desses modelos mas eu acredito que só dentro de 5 ou 6 anos é que o carro elétrico pode vir a ser forte no mercado", destacou o executivo. O primeiro carro eletrificado do grupo Stellantis ao chegar ao Brasil ainda em 2021 será o Jeep Compass híbrido, seguido pelo Fiat 500 100% elétrico.
Um dos fatores que dificulta o sucesso do carro elétrico em todo o mundo ainda é o preço. Antonio Filosa citou o alto custo das baterias com um dos motivos. Ele acredita ainda que vai levar entre 8 e 10 anos até que o preço de um carro elétrico seja equivalente ao de um veículo convencional . "O preço só vai cair quando houver escala de produção", salientou. No Brasil, o preço médio de um veículo elétrico está em torno de R$ 250 mil. As vendas de carros elétricos e híbridos no Brasil vem crescendo. No período de janeiro a abril deste ano foram emplacados 7.290 veículos eletrificados, aumento de 29,4% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com os dados da Associação Brasileira de Veículos Elétricos. Isto representa 1,6% do mercado total. No mundo, a participação dos elétricos está em 4,6%.
GOIANA
O presidente da Stellantis para a América do Sul ainda confirmou para este ano o lançamento do 4o. modelo de produção do Polo Automotivo de Goiana. Com o nome de Jeep Commander, será um SUV de alto luxo, de sete lugares. Filosa afirmou que a planta de Goiana está "em pleno vapor" e se esquivou de detalhar se há gargalos que possam atrapalhar a produção e escoamento dos veículos, como a falta de componentes, que é um problema global, e dificuldades logísticas locais. O projeto do Arco Metropolitano, prometido desde 2014 para facilitar a ligação da BR 101 Norte com o Porto de Suape, está novamente envolvido em polêmicas ambientais. "Gargalos sempre existem, mas nada muito negativo, nada que impeça a produção", resumiu Filosa.