Nesta quarta-feira (11), a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o novo coronavírus como uma pandemia mundial. A declaração foi dada pelo diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Uma doença infecciosa é considerada pandemia quando sua disseminação sai do controle e se espalha por uma região geográfica ou mesmo por todo o planeta, afetando uma grande quantidade de pessoas. Com a doença, 118 mil pessoas foram diagnosticadas em 114 países, e 4.291 morreram.
"Pandemia não é uma palavra para ser usada de maneira leviana ou descuidada. É uma palavra que, se mal utilizada, pode causar medo irracional ou aceitação injustificada de que a luta acabou, levando a sofrimento e morte desnecessários", alertou o diretor-geral.
Ao todo, mais de 4.300 mortes já foram registradas e 118 mil pessoas já contraíram o coronavírus no mundo. A China e a Itália são os dois principais epicentros da doença no mundo.
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O boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nessa terça-feira (10), em Brasília, contabilizou 34 casos confirmados do novo coronavírus no Brasil. Um novo boletim é esperado no inicia desta tarde.
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Nessa terça-feira (10), a Secretaria de Saúde em Juazeiro, cidade vizinha baiana de Petrolina, notificou o primeiro caso de coronavírus na cidade. A paciente mora em Petrolina, mas trabalha em Juazeiro. O caso foi contabilizado na Bahia.
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A Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) divulgou, nessa terça-feira (10), que está investigando 12 casos suspeitos de coronavírus (covid-19). Um dos pacientes é uma criança, na faixa etária entre 0 e 10 anos. Já o plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou na última quarta-feira (4), o projeto de lei que reorganiza o quadro de profissionais do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), possibilitando a contratação de 92 funcionários para a unidade de saúde, que está sendo referência para atendimento aos casos suspeitos do coronavírus (Covid-19) no Estado.
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A doença Covid-19, ou o coronavírus, já afeta 81 países e territórios e contaminou mais de 94 mil pessoas, provocando 3.200 mortes no mundo todo. Neste contexto, o ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, falou nesta quarta-feira (4), pela primeira vez, em uma “pandemia”. “A epidemia do coronavírus na China (se) transformou em uma pandemia mundial”, disse. Ele destacou que leva a situação “muito a sério”, enquanto o número de pacientes não para de aumentar no país e especialistas defendem que é questão de tempo para a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a doença como uma pandemia.
Na semana passada, a OMS elevou a um nível “muito alto” a ameaça do novo coronavírus, que chegou a todos os continentes, menos na Antártica, enquanto o medo de uma pandemia causou o colapso das bolsas e levou a medidas draconianas. Dada a rápida disseminação - mais de 94 mil já são registrados -, a OMS instou os países nos quais o coronavírus ainda não foi detectado que se preparem e alertou: assumir que se está protegido contra o Codvid-19 pode ser um “erro fatal”.
Pandemia é a disseminação de uma doença infecciosa que sai do controle e se espalha por uma região geográfica ou mesmo por todo o planeta, afetando uma grande quantidade de pessoas. A história humana está repleta de casos de pandemia. O site InfoEscola, um dos mais acessados por estudantes do Enem no Brasil, registra que “os primeiros relatos de pandemia se originaram do vírus da gripe em 1580 na Ásia, que em apenas 6 meses se espalhou pela Europa, África e posteriormente para a América do Norte e Reino Unido, matando em torno de 10% da população em áreas afetadas pela doença.”
A história de doenças infecciosas que mataram milhares de pessoas, no entanto, é bem mais antiga. Uma delas data exatamente da época de transição da Antiguidade para a Idade Média (marcar pela queda do Império Romano do Ocidente) e ficou conhecida como a Praga de Justiniano, causada pela peste bubônica que afetou todo o mundo mediterrâneo, com maior incidência sobre o Império Bizantino de Justiniano, entre os anos de 541 e 542. É considerada uma das maiores pandemias da história e teria matado 100 milhões de pessoas. Nessa época Justiniano tentava retomar Roma, mas o que ele conseguiu mesmo com a sua guerra foi espalhar a peste bubônica com os navios que saíam do Egito, levanto os ratos infectados para o Oriente Médio até chegar em Constantinopla, capital do Império. A peste é transmitida pelas pulgas de ratos infectados.
Quase mil anos depois, a peste bubônica voltou a matar milhões de pessoas por toda Europa e Ásia, no evento que entrou para a história como a Peste Negra, originada da China. Estima-se que entre 75 milhões e 200 milhões de pessoas tenham perecido por causa das pulgas infectadas. Calcula-se que até 50% da população europeia da época foi dizimada. Mas quem acha que a peste bubônica ficou na história, é bom saber que ela não foi erradicada. Em 2008, a doença causada pela bactéria Yersinia pestis, foi registrada como um surto na República Democrática do Congo e, em 2014, também matou milhares na China.
Na época medieval o comércio ajudou a espalhar os ratos que vinham nos convés dos navios. Acredita-se que a pandemia perdeu a força por causa do ciclo natural da doença, pois devido a grande quantidade de mortos, tornou-se mais difícil propagá-la. Hoje em dia ela é tratada a base de antibióticos.
Outro grande surto foi a chamada Terceira Pandemia do Cólera (1846-60), originária da Índia e que alcançou vários países. Estima-se que, na Rússia, a doença tenha matado mais de 1 milhão de pessoas até chegar na Inglaterra, onde apenas em Londres, mais de 10 mil pessoas pereceram. É considerada a pandemia mais mortal do século 19, matando inclusive na América do Norte e África. Em 1854, o cientista britânico John Snow, que trabalhava em regiões pobres de Londres, identificou que a água contaminada era o veículo de propagação da doença. Ele é considerado um dos pais da Epidemiologia. O cólera é uma infeção do intestino delgado causada pela bactéria Vibrio cholerae e continua matando milhares no século 20.
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Mas nem só de bactérias são formadas as grandes pandemias. Os vírus também causaram milhões de mortes. No século 20 a mais mortal foi a chamada gripe espanhola, de 1918, que matou cerca de 40 milhões de pessoas em todo o mundo e foi provocada por um vírus do subtipo H1N1. Apesar de não ter tido origem na Espanha, é aceito que ela recebeu esse nome porque, como a Espanha não participou da Primeira Guerra, a notícia de sua extensão e grau de letalidade não foi censurada pelos órgãos de governo.
É válido lembrar também de outro vírus devastador mais recente, o HIV, causador da Aids, que desde 1981 já matou milhões de pessoas e apesar dos avanços em seu tratamento é uma doença que vai matar mais de 500 mil pessoas neste ano de 2020. Além das gripes causadas pelo coronavírus, como a Sars de 2002, Mers de 2010 e o atual Codiv-19, houve em 2009/2019 a gripe suína, causada pelo vírus influenza suíno (SIV) ou vírus influenza de origem suína (S-OIV) que matou ao menos 250 mil pessoas pelo mundo.
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.
Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.