Um novo estudo produzido pela Universidade de Oxford e publicado nesta terça-feira (2), mostrou que a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela instituição de ensino em parceria com a farmacêutica AstraZeneca é 100% eficaz contra casos graves da doença 22 dias após a aplicação da primeira dose. Até agora, apenas o resumo do artigo está disponível na revista científica Lancet. A versão completa do estudo deverá ser publicada na próxima semana.
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Além de ser considerado altamente eficaz contra a forma mais grave da doença, o imunizante tem eficácia de 76% de eficácia contra as formas moderadas e leves da covid-19 também em 22 dias. De acordo com os pesquisadores, esse é o tempo necessário para que o sistema imunológico produza uma boa resposta contra o coronavírus após receber a vacina.
Maior intervalo entre as doses
A vacina se mostrou 82,4% eficaz na prevenção da covid-19 quando as duas doses são aplicadas em intervalo de três meses de diferença, de acordo com estudos conduzidos pela instituição de ensino britânica. Em um cenário em que o intervalo cai para menos de seis semanas, a eficácia é de apenas 54,9%. Ainda segundo os testes, a transmissão da doença se reduziu 67% após as primeiras doses, pela análise de voluntários vacinados no Reino Unido.
Brasil
Aprovada em janeiro deste ano, a vacina da AstraZeneca/Oxford já está sendo aplicada no Brasil. O País recebeu 2 milhões de doses do imunizante fabricadas pelo Instituto Serum, na Índia, após intensa negociação política. Ao receber o carregamento, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que outras doses do imunizante deverão ser enviadas para o Brasil. "A encomenda tecnológica prevê 100 milhões de doses para o primeiro semestre. Esses 2 milhões de doses são apenas o início. É o começo do processo. O objetivo do Ministério da Saúde é a vacinação em massa do povo brasileiro. E isso vai nos colocar, rapidamente, no topo da lista do número de vacinados. Com 8 milhões de doses, nós passaremos a ser o segundo país do ocidente que mais vacinou", comentou o ministro.
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Pernambuco
Em Pernambuco, a vacina está sendo utilizada para imunizar prioritariamente idosos com 85 anos ou mais. Inicialmente, o Estado recebeu 84 mil doses do imunizante. Até esta segunda-feira (1º), 36,5% dos 75.159 idosos com mais de 85 anos do Estado haviam sido vacinados, o que representa a aplicação de 26.189 doses.
"Esse número representa o esforço conjunto desempenhado por todas as equipes de saúde do Estado e dos municípios, que estão vacinando os públicos prioritários, seja em seus serviços, seja disponibilizando outras alternativas, como postos volantes ou o sistema de drive-thru para as aplicações. Esse é um grandioso trabalho de mobilização e conscientização que também está sendo necessário fazer junto à população", afirmou o secretário Estadual de Saúde, André Longo.
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Na capital do Estado, apesar do início da campanha de vacinação, uma alta de casos da doença, com aumento também das taxas de ocupação de terapia intensiva (UTI) dos leitos municipais vem sendo registrada. O aumento foi de 47% em sete dias, o que faz reforçar a preocupação e a vigilância das autoridades sanitárias diante do comportamento da curva de evolução da doença nos últimos dias.