Vários países, incluindo Itália e Alemanha, retomam nesta sexta-feira aplicação da vacina da AstraZeneca, após uma decisão favorável ao fármaco anunciada pela Agência de Medicamentos Europeia (EMA), ao mesmo tempo que a França volta ao confinamento de quase um terço de sua população.
O governo francês anunciou a retomada da campanha de vacinação e, simultaneamente, ordenou um confinamento parcial de quatro semanas no mínimo para Paris e seus arredores, assim como para outras regiões do país devido à "terceira onda" da pandemia.
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Um terço da população francesa, submetida pela terceira vez ao fechamento do comércio não essencial, poderá fazer deslocamentos de no máximo 10 km a partir de suas residências. As escolas permanecerão abertas.
Os contágios aceleram no país, que registrou mais de 38.000 casos em 24 horas e se aproxima de 100.000 mortes provocadas pelo coronavírus.
A vacinação com o fármaco da AstraZeneca será retomada na França, Alemanha, Bulgária, Eslovênia e Itália, outro país que voltou ao confinamento em boa parte de seu território na segunda-feira.
Espanha, Portugal e Holanda voltarão a aplicar a vacina a partir da próxima semana.
Quinze países suspenderam a administração do fármaco da AstraZeneca pelo temor de efeitos colaterais como a formação de coágulos.
Na quinta-feira, a EMA respaldou o uso da vacina da AstraZeneca.
"O comitê chegou a uma conclusão científica clara: é uma vacina segura e eficaz", disse a diretora-executiva da EMA, Emer Cooke, em videoconferência, após uma "análise profunda".
A vacina da AstraZeneca, que devia ser a grande resposta europeia à pior epidemia que o mundo viu em um século, causou confusão logo após ser aprovada, quando países que haviam assinado contratos gigantescos de fornecimento a viram primeiro chegar a conta-gotas e, depois, informaram os casos de tromboses.
Mas a agência reguladora europeia "concluiu que a vacina não está associada a um aumento do risco global de eventos de tromboses ou coágulos sanguíneos", afirmou Cooke.
Noruega e Suécia decidiram aguardar os resultados de suas próprias avaliações para retomar a vacinação na próxima semana.
Também é aguardado um pronunciamento nesta sexta-feira do comitê consultivo mundial de segurança das vacinas (GACVS), da Organização Mundial da Saúde (OMS), sobre o produto da AstraZeneca.
Nos Estados Unidos, o ritmo de vacinação registrou uma aceleração espetacular nas últimas semanas, com a média de 2,4 milhões de doses aplicadas por dia.
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O presidente Joe Biden anunciou que o país alcançará nesta sexta-feira - com mais de um mês de antecedência - a meta de aplicar 100 milhões de doses nos primeiros 100 dias de seu mandato.
Do outro lado do Atlântico, o Reino Unido anunciou uma redução do abastecimento de vacinas em abril, o que poder frear a campanha de vacinação, uma das mais avançadas do mundo.
Apesar dos problemas, a vacinação avança e 402,3 milhões de doses foram aplicadas no mundo, quase 25% delas nos Estados Unidos, segundo um balanço da AFP.
Na América Latina, o México anunciou que receberá lotes de vacinas dos Estados Unidos.
A Casa Branca confirmou os dados: 2,5 milhões de doses para o México e 1,5 milhão para o Canadá, embora os prazos de entrega ainda não sejam conhecidos.
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, admitiu um atraso na chegada das vacinas e pediu o aumento dos cuidados ante o impacto da segunda onda de covid-19 no país.
"Até hoje chegaram ao país quatro milhões de doses, 6% das doses que contratamos. Quase três milhões de doses foram aplicadas em argentinas e argentinos", afirmou o presidente, antes de admitir: "Está saindo tudo da maneira que esperávamos? Não. Porque há atraso global na produção de vacinas".
A Argentina, com 45 milhões de habitantes, registra mais de dois milhões de casos e mais de 54.000 mortes por covid-19. O governo assinou contratos para a compra de 65 milhões de vacinas, disse o presidente.
O Chile impôs um novo confinamento estrito do país a partir de quinta-feira, enquanto as vacinas chegaram inclusive na base chilena na Antártica, onde 50 pessoas receberam a primeira dose.
E em Honduras o governo se declarou em alerta ante a possível entrada irregular de supostas vacinas russas contra a covid-19, após a apreensão no México de uma suposta carga destinada ao país centro-americano.