O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta terça-feira (6) que todos os adultos do país serão aptos para receber vacinas contra a covid-19 até 19 de abril, vários dias antes do já ambicioso objetivo anterior - informou uma fonte do governo.
"Nosso programa de vacinação está a todo vapor. Estamos facilitando o acesso à vacina", declarou Biden.
"Somos o primeiro país a administrar 150 milhões de vacinas e o primeiro país a vacinar completamente mais de 62 milhões de pessoas", comemorou o presidente democrata no discurso na Casa Branca.
- Governo de Pernambuco devia assumir vacinação em alguns municípios? Talvez seja necessário e urgente
- Pernambuco está entre os Estados brasileiros que menos vacinam contra a covid-19; SES credita problema à atualização de sistema
- Covid-19: Equipe de saúde usa tronco para atravessar riacho e vacinar morador isolado
- Câmara avalia liberar venda ao setor privado de vacina contra covid-19 sem aval da Anvisa
Com o anúncio, Biden adiantou a data anteriormente estimada para 1º de maio para acabar com as restrições de idade, estado de saúde ou outras categorias para quem quer ser vacinado contra o coronavírus.
Isso não quer dizer, necessariamente, porém, que todos poderão se vacinar de imediato, já que a distribuição ainda está em curso.
Mais cedo, Biden visitou um centro de vacinação na Virgínia, nos arredores de Washington, e afirmou que, embora o pior da pandemia "ainda não acabou", a vacina sugere que chegará ao fim logo.
"Se vacine rapidamente. É assim que vamos vencer isso", afirmou.
Assim que tomou posse, o presidente colocou a vacinação em massa imediatamente no centro de sua agenda, em uma tentativa de conter rapidamente a pandemia e lançar a economia americana.
O objetivo inicial de administrar um milhão de doses por dia já foi superado com folga e, ontem, o assessor da Casa Branca sobre a pandemia, Andy Slavitt, afirmou que os Estados Unidos estão "agora com uma média de 3,1 milhões de injeções por dia durante o período de sete dias mais recente".
"Durante o fim de semana, houve mais de 4 milhões de vacinações registradas em um único dia pela primeira vez", afirmou.
O objetivo original era chegar às 100 milhões nos primeiros 100 dias, mas foi ampliado para 200 milhões.
Este fluxo de boas notícias se contrapõe, porém, ao aumento constante dos contágios de covid-19 no país, enquanto alguns americanos começam a baixar a guarda após mais de um ano usando máscara, mantendo o distanciamento social e de restrições comerciais e de entretenimento.
A diretora dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Rochelle Walensky, alertou que os jovens estão no centro deste ressurgimento.
"Estamos vendo que isso está acontecendo predominantemente nos adultos jovens", disse Rochelle na segunda-feira. "Muitos deles, como destaquei, participam de atividades extracurriculares e esportes juvenis", completou.
No começo de março, o Texas, segundo estado mais populoso do país, anunciou o fim do uso obrigatório de máscara e a reabertura total dos estabelecimentos comerciais. Outros estados seguiram seu exemplo, ou se preparam para fazer isso.
Estado onde nunca foi obrigatório usar máscara, e restaurantes e praias ficaram fechados por apenas três meses, a Flórida foi escolhida por milhares de estudantes para passarem suas férias de primavera (outono no Brasil).
Nesta terça-feira, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, anunciou que reabrirá completamente a economia do estado até 15 de junho se o atual ritmo de vacinação for mantido, retirando todas as restrições relacionadas com a pandemia nas empresas.
Biden, porém, pediu diversas vezes aos americanos para que não relaxem diante da ameaça do vírus e que sigam usando máscara.
Quase 556.000 americanos morreram por covid-19 desde o início da pandemia, o número mais alto na comparação com os demais países. Ontem, a Universidade Johns Hopkins registrou 79.075 novos casos confirmados e 607 óbitos.