Uma funcionária da OMS pediu nesta quinta-feira (9) que os países ricos não se apressem em comprar vacinas - em detrimento dos países pobres - e ressaltou que a necessidade de uma terceira dose contra a variante ômicron não está comprovada.
Com o surgimento dessa variante, "existe o risco de que os suprimentos globais sejam redirecionados para países de alta renda que buscam acumular vacinas para proteger excessivamente suas populações", disse a Dra. Kate O'Brien, responsável pela vacinação da Organização Mundial da Saúde (OMS), durante uma reunião com a imprensa.
O'Brien faz parte do Comitê Consultivo de Especialistas em Imunização da OMS (SAGE).
Na quarta-feira (8), as empresas Pfizer e Biontech, fabricantes de um dos imunizantes de RNA mensageiro contra a covid-19, divulgaram um estudo no qual afirmam que sua vacina também é eficaz contra a ômicron se forem administradas três doses ao invés de duas.
A OMS considerou os dados desse estudo, disse O'Brien, e de fato pode ser "que as doses adicionais possam proteger melhor contra a ômicron", mas "ainda estamos no começo".
Uma proporção significativa de profissionais de saúde e pessoas vulneráveis em países pobres não receberam ainda a primeira dose.
A funcionária enfatizou que um novo frenesi por parte dos países ricos em acumular vacinas só ajudaria a prolongar a pandemia.