O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decretou novamente a prisão do policial penal Ricardo de Queiroz Costa, 40 anos, e major da Polícia Militar José Dinamérico Barbosa da Silva Filho, 48 anos, envolvidos na troca de tiros que resultou na morte de três pessoas e deixou outras cinco feridas, em um bar no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, no mês de setembro deste ano.
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Ainda em setembro, os policiais chegaram a ter as prisões preventivas decretadas e, pouco depois, revogadas. Agora, as prisões foram decretadas por unanimidade pelos desembargadores da 3ª Câmara Criminal do TJPE, revogando a decisão do juiz de 1ª instância que soltou os envolvidos. Com a decisão, novos mandados de prisão preventiva serão expedidos. As defesa de ambos ainda podem recorrer da decisão colegiada no Superior Tribunal de Justiça, em Brasília.
Há pouco menos de um mês, os policiais viraram réus por seis crimes. Segundo o promotor de Justiça André Rabelo, responsável pela denúncia, eles respondem por três homicídios qualificados e por três homicídios tentados, como informou a coluna Ronda JC.
Ricardo de Queiroz e José Dinamérico foram intimados sobre os seis crimes e tiveram dez dias para apresentar resposta à acusação. A Justiça definirá a data de audiência de instrução e julgamento do caso, quando serão ouvidos testemunhas de acusação e defesa. "Se condenados, podem pegar pelo menos uns 50 anos de prisão", avaliou o promotor, na ocasião.
A troca de tiros aconteceu no Bar do Primo, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife depois de um desentendimento entre o policial penal e o major da PM. A confusão teria sido provocada porque o policial penal achou que o PM estava olhando para a mulher dele. Além dos envolvidos na confusão, outras cinco pessoas foram atingidas pelo disparos que deixaram três vítimas mortas. Um homem faleceu no local e outro veio a óbito em uma unidade hospitalar depois de ser socorrido. A terceira vítima fatal morreu quatro dias depois. Segundo testemunhas, os mortos eram clientes do bar, mas não estavam envolvidos na briga.
* Cláudio Bezerra Bandeira de Melo Sobrinho, 57 anos, dono de uma oficina mecânica. Era casado e não tinha filhos. Segundo testemunhas, era cliente do bar e estava numa das mesas vizinhas ao do policial penal. Levou um tiro nas costas e foi socorrido com vida para o Hospital da Restauração. Mas não resistiu e morreu
* Ekel de Castro Pires, 62 anos, corretor de imóveis. Era casado e tinha quatro filhos. Morava perto do bar e costumava frequentá-lo. Estava na mesma mesa que Claudio. Morreu no local
* George Mauro de Carvalho Vasconcelos, 70 anos, passou por neurocirurgia após ter levado um tiro no rosto, perto do olho. O paciente foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na quarta-feira (9) quando veio a óbito