A Associação Médicos pela Vida, formada por profissionais de todo o Brasil, lançou mais um manifesto em defesa do tratamento precoce da covid-19. O texto já foi assinado por 2.113 médicos; do total, 65 são de Pernambuco. Em entrevista ao Passando a Limpo, na Rádio Jornal, nesta terça-feira (23), o coordenador nacional da organização, Antonio Jordão, argumentou que a aplicação de uma "barreira medicamentosa" é essencial para minimizar a transmissão do coronavírus e evitar óbitos.
"Temos vários medicamentos testados que tiveram êxito no tratamento precoce, que seria o inicial. Quem praticou ou pratica o medicamento precoce tem tido êxito em gravidade da doença ou mesmo em desenlace fatal", afirmou o médico. Como exemplo, ele cita o caso do continente africano. "A África foi beneficiada com o uso da ivermectina. Ao se prevenirem contra outras doenças, se beneficiaram na pandemia contra o coronavírus".
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A associação defende que as medidas preventivas sejam iniciadas o "mais rápido possível", utilizando uma "combinação de drogas, visando reduzir o número de pacientes que progridem para fases mais graves da doença, diminuindo o número de internações, reduzindo a sobrecarga do sistema hospitalar, prevenindo complicações pós-infecção e diminuindo o número de óbitos".
No entanto, o manifesto assume que "definitivamente, não é uma promessa de cura fácil, posto que lidamos com uma doença nova e de difícil manejo quando se agrava".
A abordagem ideal, para a associação, seria feita com uma combinação de medicações como a hidroxicloroquina, a ivermectina, a bromexina, a azitromicina , o zinco, a vitamina D, anti-coagulantes, entre outras, além de corticoides, "sempre observando-se a adequação das combinações ao estado e evolução de cada paciente, que será acompanhado extensivamente inclusive com a realização de exames conforme necessários, e a recomendação de intervenções não farmacológicas, como a fisioterapia", diz o texto.
Para Jordão, é necessário retomar a relação médico-paciente aberta e de confiança, em que ambos estejam de acordo com o tratamento proposto. "O que está estabelecido como direito do cidadão é que em uma pandemia seja lançado mão de tudo o que está ao alcance, e que seja dada autonomia ao médico para que busque o melhor para o paciente. Precisamos resgatar a medicina de raiz, que é o compromisso do médico com o paciente", defendeu.
O coordenador aponta que o combate à pandemia está sendo mal conduzido no Brasil, permeado de questões ideológicas, e que o Ministério da Saúde deveria ditar as medidas para os estados e municípios.
"Vivi para ver a invasão da terapêutica por questões ideológicas e partidárias. Quando todos os médicos trabalham juntos, há um somatório de conhecimentos. Pela primeira vez, vemos uma dicotomia. A pandemia foi mal conduzida e continua sendo. Não temos o que sempre tivemos, que é o Ministério da Saúde de forma verticalizada trazendo orientações para estados e municípios, e estes as seguindo. Nós médicos nos achamos na obrigação de cairmos em campo para ajudar a manter a saúde e salvar vidas", relatou.