Após a praia de Porto de Galinhas, localizada em Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco, voltar a sofrer com um vazamento de esgoto durante o final de semana, a Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH) multou a prefeitura do município em R$ 50 mil. É a segunda vez em menos de 15 dias que a cidade é multada pelo órgão pelo mesmo motivo. Na primeira vez, o município foi taxado em R$ 20 mil.
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De acordo com a CPRH, a infração ambiental está prevista na Lei Estadual nº 14.249/2010. Na situação da praia, o esgoto bruto, proveniente da rede coletora operada pela prefeitura, extravasou para o sistema de drenagem de águas pluviais. Ainda segundo a CPRH, isso ocorreu porque "a prefeitura opera um sistema de esgotamento sanitário precário".
A Agência também destacou que o transtorno na praia está relacionado ao crescimento desordenado da localidade, assim como a falta de investimento em infraestrutura de esgotamento sanitário. Com isso, os problemas ambientais ficam mais visíveis e prejudicam toda uma cadeia social e econômica.
Para que o problema seja corrigido, a CPRH afirma que deve ser feito um investimento maciço em sistemas de esgotamento sanitário e de drenagem com o objetivo de corrigir a defasagem existente na localidade.
A reportagem do JC entrou em contato com a Prefeitura de Ipojuca, mas não obteve retorno. Assim que houver uma resposta sobre o caso esta matéria será atualizada.
Confira imagens do vazamento:
Problema persistente
Essa é a segunda vez em menos de 15 dias que o problema se repete no local. No último dia 15 de fevereiro, um vídeo registrado por uma turista que passava pela praia mostrou o momento em que o líquido escorria pela orla.
Nas filmagens, é possível observar que o esgoto vai direto para o mar. A turista Vitória Barros relatou a situação. "Vi essa cena indignada, essa praia é conhecida internacionalmente e é um tesouro da gente. A praia não estava muito cheia, mas tinha bastante gente. Eu vim para passar o feriado de Carnaval com a minha família e todos os dias estamos indo nessa parte da praia, mas depois do que vi não tive coragem de entrar no mar", declarou, na ocasião.
Vitória afirma que a força com que o esgoto foi derramado assustou quem passou pelo local. "Os barraqueiros já tinham colocado as cadeiras quando começou a vazar. A força era tanta que se tivesse alguém na frente seria arrastado para o mar. Quando eu saí de lá, ainda estava vazando", contou.
No dia seguinte, os barraqueiros que trabalham na região seguiam tentando contornar os estragos causados pelo vazamento. Para tentar abafar o mau cheiro, eles cobriram com areia o caminho pelo qual o líquido passou.