Atualizada no dia 25.05
A Polícia Federal em Pernambuco realiza uma operação na manhã desta segunda-feira (24). De acordo com a PF, a operação "Araponga" tem o objetivo de desarticular uma associação criminosa voltada à prática de falsificação de documentos públicos com o objetivo de obter portes de arma de fogo.
Estão sendo cumpridos oito mandados de busca e apreensão, expedidos pela 36ª Vara Federal da Seção Judiciária de Pernambuco, no Recife e em Escada, na Zona da Mata.
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As investigações, realizadas através do Setor de Inteligência Policial, apontaram que em 2019 e 2020 integrantes de uma associação criminosa falsificaram e venderam documentos de identidade funcional da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), com o objetivo de habilitar os integrantes para portar armas de fogo.
Ainda segundo a PF, os envolvidos irão responder pelos crimes de associação criminosa, falsificação de documentos público, uso de documento falso, falsa identidade, posse e porte ilegal de arma de fogo, a depender do grau de participação nos fatos apurados.
Em nota enviada ao JC, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informou que tomou ciência e denunciou o indício de ação criminosa a autoridade competente em fevereiro de 2019. A Abin disse ainda que "os documentos utilizados pelos falsários não condizem com a identidade funcional adotada pelo órgão e que a concessão de porte de arma de fogo a servidores da Agência segue estritamente a legislação vigente". O órgão ainda exaltou a desarticulação da organização criminosa e garantiu que continuará reportando à autoridade policial competente "todo e qualquer caso de uso criminoso ou indevido de seu nome e de sua identidade visual".
Operações anteriores da PF
Contrassenso
Em abril, a PF deflagrou uma operação para investigar suspeitos de corrupção, lavagem de dinheiro, fraude em licitação, falsidade ideológica e organização criminosa em contratações realizadas pela Secretaria de Educação de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Batizada de 'Contrassenso', a ação contou com a atuação de aproximadamente 150 policiais federais e auditores da Controladoria Geral da União (CGU).
Black Monday
Em março de 2021, uma operação cujo alvo é uma organização criminosa envolvida na prática de pirâmide financeira, crimes contra as relações de consumo e lavagem de dinheiro foi deflagrada em Pernambuco e outros 11 estados. A ação, batizada de Black Monday, foi realizada pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em parceria com o MP de Minas Gerais e com o apoio da Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Desmame
Em fevereiro, deflagrou a Operação Desmame, em Timbaúba, na Zona da Mata de Pernambuco. A ação visa combater uma organização responsável por crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro relacionados a contratos de fornecimento de medicamentos e material hospitalar à cidade. Entre os alvos da operação está o atual prefeito do município, Marinaldo Rosendo (PP), que governa Timbaúba pela segunda vez.
4 milhões
Deflagrada no dia 11 de maio, a operação 4 Milhões teve o objetivo de combater uma organização criminosa responsável por estelionato e lavagem de dinheiro. Foi cumprido um mandado de prisão preventiva contra o líder do grupo e cinco de busca e apreensão, bloqueio de contas bancárias e sequestro de imóvel. Cerca de R$ 22 mil em dinheiro foram apreendidos.
As investigações começaram em outubro de 2020, quando a Caixa Econômica Federal denunciou à PF um advogado suspeito de aplicar um golpe milionário na própria cliente. Segundo a polícia, a vítima deveria receber R$ 4 milhões do pagamento de um precatório (indenização paga pelo Poder Público). O dinheiro foi liberado, mas desapareceu da conta. Depois, a mulher descobriu que o saque havia sido realizado pelo próprio advogado.
Desmame II
No dia 20 de maio, a PF deflagrou a segunda fase da operação Desmame II, que que apura desvio de recursos do SUS em Timbaúba, na Zona da Mata de Pernambuco. Os alvos também são suspeitos de crimes como fraudes em licitações e lavagem de capitais. Segundo a PF, entre 2013 e 2016, houve fraude nos processos licitatórios realizados pela administração municipal para aquisição de medicamentos e materiais odontológicos e hospitalares com recursos destinados ao SUS.