atualizada às 19h25
No dia 21 de abril de 2021, moradores dos municípios da Paraíba e do Rio Grande do Norte se surpreenderam com a quantidade de lixo que apareceu em suas faixas litorâneas. Em Tibau do Sul, que fica a 77 quilômetros de Natal, alguns objetos encontrados entre as toneladas de detritos urbano e hospitalar trazidos pelo mar contavam com a identificação do Recife, o que deu a entender que o lixo teria vindo da capital pernambucana. Desde então, análises são feitas pela Agência de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH), mas nenhum resultado foi apresentado ainda.
A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas) deu a previsão de que os resultados devem ser divulgados até o final da próxima semana. Na época em que os dejetos foram encontrados, o órgão afirmou que estava em com o órgão ambiental do Rio Grande Norte e que iria unir forças para identificar a causa do aparecimento de resíduos no litoral daquele Estado. No entanto, ressaltou que nenhum incidente havia sido constatado junto aos municípios litorâneos nem aos portos de Pernambuco.
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"Já foi solicitado ao Rio Grande do Norte que encaminhe os relatórios com a análise do material encontrado nas praias e também uma mostra dele para que técnicos da Agência de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH) possam analisá-lo", disse.
Moradores encontraram na areia da praia uma mochila escolar do Recife e um título de eleitor da capital pernambucana. Além disso, o material trazido pelo mar inclui bolsas, garrafas plásticas, chinelos, seringas e eletrodomésticos. No Rio Grande do Norte, praias como Pipa (em Tibau do Sul) e Barra do Cunhaú (em Canguaretama) receberam um volume expressivo de lixo. Na Paraíba, as mais atingidas foram praias da capital, João Pessoa, e dos municípios de Conde e Cabedelo.
O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) abriu uma investigação para apurar o lixo encontrado nas praias do litoral sul do Rio Grande do Norte. Mas, segundo o órgão, a investigação principal, neste momento, está sob responsabilidade dos órgãos estaduais.
Por meio de nota, a Secretaria de Meio Ambiente e a Agência CPRH informaram que "seguem trabalhando em cooperação com os estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba para o mapeamento, perícia, análise quantitativa e qualitativa do material encontrado no litoral desses Estados, com o objetivo de identificar o(s) causador(es) do dano ambiental".
Leia a íntegra
"Dentro das ações promovidas pela Rede de Apoio dos Estados para o enfrentamento ao lixo do mar do Consórcio Nordeste, a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas/PE) e Agência CPRH seguem trabalhando em cooperação com os estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba para o mapeamento, perícia, análise quantitativa e qualitativa do material encontrado no litoral desses Estados, com o objetivo de identificar o(s) causador(es) do dano ambiental.
Além de enviar técnicos para periciar o material em questão, a CPRH vem realizando a coleta e análise de dados referente à movimentação e ao volume de resíduos registrados nos quatro aterros sanitários que atendem os municípios litorâneos de Pernambuco. Também vem solicitando informações às empresas responsáveis pelo recolhimento e destinação de resíduos hospitalares nessa região. Até o momento, uma empresa já foi multada em R$ 5 mil por se negar a fornecer os dados à fiscalização."
A reportagem do JC tentou entrar em contato com as secretarias do Meio Ambiente da Paraíba e do Rio Grande do Norte, mas, até a publicação desta matéria, não obteve resposta.