ACORDO

Familiares de atingidos pela PM em protesto no Recife discutem indenização em mais uma reunião com a PGE-PE

Na reunião de terça, ficou acordado que o executivo estadual daria um auxílio emergencial no valor de um salário mínimo (R$ 1.100), auxílio alimentação e auxílio saúde. Defesa das vítimas pede mais

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Katarina Moraes

Publicado em 04/06/2021 às 12:19 | Atualizado em 04/06/2021 às 12:44
O adesivador Daniel Campelo da Silva (direita) , e o arrumador Jonas Correia de França (esquerda) vão receber durante três meses o valor de dois salários mínimos (R$ 2200), enquanto se discute uma pensão vitalícia - GENIVAL FERNANDES/HUGO MUNIZ/DIVULGAÇÃO

Com informações de Juliana Oliveira, da TV Jornal

Familiares de feridos pela ação da Polícia Militar de Pernambuco durante protesto contra o governo Bolsonaro no Recife no último sábado (29) foram recebidos mais uma vez por representantes do Governo do Estado na sede da Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco (PGE-PE) na manhã desta sexta-feira (4). O último encontro para discutir a indenização ao adesivador de carros Daniel Campelo, de 50 anos, e ao arrumador de contêiner Jonas Correia de França, 29, havia sido na última quarta-feira (2).

Na reunião de terça, ficou acordado que o executivo estadual daria um auxílio emergencial no valor de um salário mínimo (R$ 1.100), auxílio alimentação e auxílio saúde até que uma indenização fosse definida, além da disponibilização de cestas de alimentos e assistência psicossocial de profissionais do Centro Estadual de Apoio às Vítimas de Violência (CEAV), da Secretaria Executiva de Direitos Humanos (SEDH). Ambas as vítimas, que não participavam do protesto, foram atingidas por balas de borracha disparadas pelos militares e perderam a visão de um dos olhos.

Desta vez, segundo o advogado Gustavo Silva, que defende Daniel, o encontro foi para cobrar respostas em relação à pensão e à saúde do adesivador de carros. "Nós esperamos que seja uma proposta digna. Não aceitaremos migalhas. Posso adiantar que não vamos aceitar simplesmente um salário mínimo, porque ele tinha uma atividade de mais de três salários mínimos", explicou. 

A defesa ainda incluiu na pauta o pedido de um suporte hospitalar para tratar o olho direito de Daniel, que não foi atingido pelo disparo. "Está afetando o olho direito, e ele está com tonturas, debilitado e chorando muito. Ainda não está recebendo assistência hospitalar, iremos cobrar", disse o advogado Gustavo Silva. Daniel recebeu alta hospitalar na última terça (1º).

A conversa aconteceu a portas fechadas e sem a presença da família, com a presença do procurador-geral Ernani Medicis e do Secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico. 

Já a família de Jonas foi convocada para participar de uma reunião na procuradoria com o defensor público Rafael Alcoforado, que pede prioridade no tratamento do cliente. Ele continua internado no Hospital da Restauração, na zona central do Recife. A vítima passou por exames de imagens e será examinada por médicos da Fundação Altino Ventura (FAV). Ainda não há previsão de alta.

A reportagem do JC procurou a assessoria da PGE-PE, que alegou que só informará o que ficou acordado na reunião durante a tarde desta sexta-feira (4).

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