O prefeito do Recife, João Campos (PSB), foi às redes sociais lamentar a morte de Roberta Nascimento Silva, 33 anos, mulher trans que teve 40% do corpo queimado no Cais de Santa Rita. Ela estava internada desde 24 de junho no Hospital da Restauração, e veio a óbito por volta das 9h desta sexta-feira (9). O gestor afirmou que um novo centro de acolhimento a pessoas LGBTQIA+ levará o nome da vítima.
"Lamento profundamente a morte da mulher trans Roberta da Silva. É intolerável qualquer vida perdida para o ódio e para o preconceito. Vamos avançar com novas ações para ampliar o atendimento a esta população, como a Casa de Acolhida LGBTI+, que irá receber o nome de Roberta."
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A codeputada estadual do Juntas Robeyoncé Lima (PSOL), quem inicialmente divulgou o caso, publicou uma nota de pesar no Twitter. "Me foi informado agora pouco do falecimento da companheira Roberta. Atacada de maneira cruel, ela foi mais uma vítima da transfeminicídio em Pernambuco. Mandemos boas energias para que ela tenha uma passagem serena e também honremos sua memória", desejou.
A deputada estadual Teresa Leitão (PT) trouxe a notícia com tristeza, e denunciou o preconceito presente no Estado.
O caso
O caso aconteceu no dia 24 de junho e ela estava internada na unidade de saúde desde então. Após ter tido o braço esquerdo amputado, Roberta apresentou melhora, estava consciente e respirando sem ajuda de aparelhos. No último domingo (4), entretanto, ela precisou ser intubada novamente após apresentar depressão respiratória e foi transferida para a UTI no dia seguinte.
O suspeito de cometer o "ato infracional", por se tratar de um adolescente, foi apreendido e levado para um serviço de atendimento provisório. O caso segue sob investigação.
No início da semana, a mãe de Roberta concedeu entrevista à TV Jornal, na qual relatou a dor de ver de perto a violência sofrida pela filha. "Eu tenho pressão alta, deu uma dor em mim e fui socorrida. Foi muito forte vê-la queimada daquele jeito, ficou muito marcada. Quando saio de lá (do hospital), me sinto mal. Quando chego em casa, tenho que tomar remédio. Às vezes, durmo tarde", afirmou. Ela preferiu não ser identificada.
Como denunciar LGBTfobia
A sociedade em geral e a população LGBTI podem denunciar qualquer ato violador dos seus Direitos pelo CECH, através dos números (81) 3182-7665/ 3182-7607, do e-mail centrolgbtpe@gmail.com, ou presencialmente na sede do órgão localizado na Rua Santo Elias, 535, bairro do Espinheiro. O governo do estado garante sigilo das informações. Já a Prefeitura do Recife disponibiliza plataforma online de denúncias contra LGBTfobia através do link http://bit.ly/DenunciaLGBTRecife. Vítimas também podem procurar o Centro de Referência em Cidadania LGBT do Recife. O equipamento fica na Rua dos Médicis, nº 86, Boa Vista, e funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.