Único dos 11 candidatos a prefeito do Recife com passagens pela chefia do Poder Executivo estadual (de 1999 a 2006, quando ocupou os cargos de governador e vice-governador de Pernambuco) e pelo governo federal (de 2016 a 2018, no Ministério da Educação), Mendonça Filho (DEM) e seus aliados devem lançar mão dessa experiência como um modo do democrata se destacar durante a campanha eleitoral. Em uma live realizada com a candidata a vice na sua chapa, Priscila Krause (DEM), na noite desta quinta-feira (17), por exemplo, a deputada estadual ressaltou que, devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus, o próximo ano promete ser duro e, por isso, não há espaço para “inexperiência” na gestão das cidades.
“O ano de 2021 vai ser muito difícil, infelizmente. Não tem como a gente dizer que vai ser um ano fácil, porque não dá para a gente ‘resetar’, começar tudo de novo. Enfrentar esse momento com improviso, com inexperiência, sem saber se vai ou não dar certo é um risco muito grande”, pontuou Priscila, na ocasião.
Mais adiante, ao comentar sobre as propostas da dupla para a educação de base recifense, a deputada evocou a passagem de Mendonça pelo MEC para reforçar sua capacidade de atuação na área. “Aproveitando a sua experiência no Ministério da Educação, a gente tem total condições de trazer para o Recife exemplos que deram certo ao longo do País e flexibilizar o modelo. Nós não precisamos ter um modelo (educacional) único e exclusivo, precisamos ter modelos e formas de atender a esse público com uma política de acolhimento, preparo e acompanhamento não apenas das crianças, mas de toda a família”, declarou a parlamentar.
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A candidata, contudo, não é a única a apontar a bagagem política de Mendonça como fator a ser considerado pelo eleitor ao escolher em quem votar. Em entrevista ao JC no início de agosto, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, disse que “a experiência pública” do ex-governador o credencia como o melhor nome para enfrentar os momentos pelos quais a cidade do Recife deve passar no pós-pandemia. “Nós fizemos uma opção por Mendonça, não só pela aliança nacional entre o PSDB e o DEM, mas pela compreensão de que, neste momento, ele é o quadro mais preparado para o enfrentamento do que será 2021, o ano fiscal mais grave da história do Brasil, enquanto República. Nós teremos um colapso das finanças públicas em 2021. Em 2020 o mundo autorizou a emissão do dinheiro necessário, mas em 2021 virá a realidade fiscal. E o Recife, assim como todas as cidades brasileiras, vai sentir isso na pele. E Mendonça tem as características e a experiência pública mais preparadas para esse momento”, cravou.
Durante as convenções do PTB e do DEM no Recife nesta semana, o ex-senador Armando Monteiro (PTB) afirmou que a Prefeitura do Recife não seria o espaço adequado para uma pessoa que está iniciando a sua vida pública e, por isso, Mendonça e Priscila seriam as melhores alternativas para a cidade. “Essas candidaturas (de Mendonça e Priscila) servem a Pernambuco, mas elas são as melhores alternativa para o Recife porque ambos têm lastro. Lastro de experiência, de saber fazer, de ter realizado. Eu disse e repito: o Recife não é uma plataforma de estágio. O Recife não é para fazer curso de iniciação”, declarou o petebista, após a oficialização do nome de Mendonça no pleito.
Apesar de possuírem pouca ou nenhuma experiência em cargos no Executivo, não é possível dizer que os adversários de Mendonça são completos novatos na política. Candidato do PSB à sucessão do prefeito Geraldo Julio, o deputado federal João Campos, por exemplo, já está há dois anos na Câmara dos Deputados. Antes disso, passou cerca de dois anos como chefe de gabinete do governador Paulo Câmara (PSB).
Marília Arraes (PT), por sua vez, foi vereadora por três mandatos, chefiou secretarias nas gestões do ex-governador Eduardo Campos (PSB) e do prefeito Geraldo Julio e exerce seu primeiro mandato de deputada federal. Alberto Feitosa e Marco Aurélio acumulam experiência parlamentar e passagens pelo Executivo como auxiliares de gestão.
Além disso, tanto Mendonça quanto Priscila iniciaram suas vidas públicas ainda bem jovens. O ex-governador, por exemplo, foi eleito deputado estadual aos 20 anos. Já Priscila, foi eleita para seu primeiro mandato na Câmara do Recife aos 26 anos, mesma idade que o deputado federal João Campos possui hoje.