Durante sabatina na Rádio Jornal, nesta quarta-feira (30), a candidata do PSTU a prefeita do Recife, Cláudia Ribeiro, defendeu a estatização do serviço de saúde, a tarifa zero no transporte público para os desempregados e a inclusão de motoristas de aplicativo no mercado de trabalho, por ser contrária à forma como eles operam hoje na capital.
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Questionada sobre a falta de experiência em cargos do Executivo, Cláudia apontou que os governos anteriores, mesmo experientes, deixaram a cidade em "decadência". "Vemos políticos que fazem carreira e a cidade vive uma profunda decadência, população sem saneamento, déficit habitacional, saúde e educação agonizando, que experiência é essa? Jogam nos trabalhadores uma crise que não é sua, essa experiência a gente não tem, sou professora, tenho experiência junto à classe trabalhadora, na garantia dos direitos", afirmou.
Confira as sabatinas desta quarta-feira com Thiago Santos e Cláudia Ribeiro:
Professora da rede municipal, a candidata afirmou que as gestões do PSB são boas de propaganda, no que diz respeito à educação, mas que no dia a dia a situação é diferente. "Todo ano nós professores temos de fazer greve para que o piso salarial, que é lei, seja cumprido. Em algumas escolas, chove dentro da sala de aula, em outros casos, é um calor insuportável. Dizem cumprir o orçamento com a educação, mas boa parte vai para convênio com empresas privadas, o recurso não é destinado à valorização e estrutura, essa ultima gestão não tem concurso público, enche o serviço de terceirizados, sem garantia de direito trabalhista. Se tem algo que a prefeitura faz é propaganda, mas muitas escolas não têm quadra poliesportiva nem um espaço para os estudantes, são casas adaptadas, sem espaço", pontuou.
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Cláudia Ribeiro ainda disse que o déficit habitacional do Recife impediu que pessoas pudessem se proteger da pandemia do novo coronavírus (covid-19). "É inadmissível ter déficit habitacional de 71 mil casas, em meio à pandemia, uma população foi excluída do direito de cuidar da saúde, o fique em casa não serviu para eles", comentou.
No que tange ao transporte público, a candidata disse que a estrutura atual precisa ser alterada, pois, segundo ela, só o empresário se beneficia. Além disso, ela defende em seu plano de governo que a tarifa deveria ser zerada para desempregados. "Quem ganha com esse sistema de transporte? Nos terminais, a população está se digladiando, é uma situação vexatória e isso acontece por conta da garantia de lucro dos empresários, que privatizam o direito de ir e vir. O município precisa assumir, os empresários já ganharam muito, os ricos precisam pagar a conta. Defendo imposto progressivo de IPTU e impostos sobre as grandes riquezas".
A candidata defende uma fila única nos hospitais do Recife, tanto particulares quanto públicos, com o objetivo de estatizar a saúde na capital. "O maior polo de saúde fica na Ilha do Leite, mas não somos nós os beneficiados deste polo, saúde não rima com lucro. Precisamos estatizar o serviço de saúde para ser básico. Defendemos o fim do capitalismo, é uma das tarefas fundamentais, esse sistema não serve, está falido e joga para uma ameaça da nossa existência. Está aí a Amazônia, isso é resultado do capitalismo e da política genocida de Jair Bolsonaro que nos joga ao abatedouro enquanto a reforma administrativa vai acabar com SUS, escola pública", disse.
Com críticas às cooperativas de táxis e aos aplicativos de transporte, uma das propostas da candidata é criar um sistema de transporte acessível. "Empreendedorismo é a última exploração dos trabalhadores, sem direito trabalhista garantido e os trabalhadores do Uber são parte disso. Esses trabalhadores são desempregados, eles precisam ser integrados ao mercado de trabalho para não serem explorados", disse. A candidata ainda disse entender que é preciso melhorar o metrô e o ônibus, mas não deu detalhes de como conseguiria recursos ou de que forma faria isso.