Atualizada às 13h08

Com o PSB na gestão da Prefeitura do Recife há quase oito anos e no Governo do Estado desde 2007, a falta de alternância do poder é uma das principais críticas feitas pelos candidatos de oposição. No entanto, para o deputado federal João Campos (PSB), sabatinado no TV Jornal Meio-Dia desta terça-feira (20), a eleição é “um belíssimo espaço da manifestação democrática” e que se os socialistas ocupam o poder Executivo, “foi porque as pessoas escolheram assim”.

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“A gente tem trabalhado para entregar resultados, a gente olha na cidade do Recife tantas conquistas, a gente vê Pernambuco com uma das melhores educações públicas do Brasil, do ensino médio. A gente vê Hospital da Mulher, Upinhas, Faixa Azul e tudo isso veio recentemente”, afirmou Campos, em entrevista ao jornalista Leandro Oliveira.

O candidato a prefeito pela Frente Popular declarou que está preparado assumir a Prefeitura do Recife, mesmo enfrentando questionamentos sobre o fato de não ter experiência em gestões públicas e ser muito jovem. “Na vida, a experiência não é tudo. A gente tem que ter a humildade de saber ouvir e de se preparar. Eu tive a oportunidade agora, com pouco mais de um ano de mandato (de deputado federal) de construir grandes realizações”, destacou o socialista. 

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Ele se refere ao fato de ter criado a CPI do Óleo, para investigar o derramamento de óleo que atingiu diversas praias do litoral do Nordeste; a criação da Frente Parlamentar da Renda Básica; e a coordenação da Comissão Externa do Ministério da Educação, criada para fiscalizar a atuação do MEC neste período de pandemia; entre outros projetos apresentados durante seu mandato. 

“A gente tem que ter disposição para trabalhar, de ter força de vontade e de não cansar. Isso é uma marca da juventude e não a vejo como um problema. Vejo que tem muito candidato, com muito tempo de idade e que quer parecer jovem”, disparou.

DESAFIOS DO RECIFE

Durante a entrevista na TV Jornal, João Campos afirmou que o maior desafio do Recife é a desigualdade social e não apenas se tratando de renda, mas de oportunidades na educação e empregabilidade. Segundo o candidato a prefeito, a educação será a prioridade de seu governo, caso eleito. João Campos prometeu que irá dobrar o número de creches no município e investirá na alfabetização na idade certa. Além disso, ele irá fortalecer o ensino técnico - com oferta de bolsas de estudos. 

"Nós vamos fazer um grande programa de empregabilidade. Associar a formação na escola a capacidade de conquistas o primeiro emprego, de avançar. Porque a educação não é uma pauta do futuro, ela deve ser uma pauta do presente. A educação é o instrumento mais poderoso de reduzir a desigualdade e criar oportunidades", declarou Campos.

O candidato a prefeito pela Frente Popular do Recife também prometeu que a prefeitura irá investir mais do que os 15% do orçamento determinado por lei na área da saúde. João Campos já havia anunciado a construção de mais 10 Upinhas em áreas de maior vulnerabilidade social e que não possuem a cobertura desse equipamento.

"Vamos gastar mais do que o mínimo exigido. Não é só a gente construir a obra de pedra e cal, ela é importante. A gente vai poder expandir a rede de Upinhas onde tem um vazio e áreas com indicadores que mostram um grande desafio social e de saúde. Mais importante que essas obras, é o afeto e o acolhimento, a boa receptividade. É o cuidado do profissional de saúde com a pessoa", explicou. 

O socialista aproveitou a ocasião para anunciar que construirá uma UPA Especialistas em Casa Amarela, e que ela será a maior unidade da cidade. "O cuidado será integral, começando pelo prefeito, todos os secretários, profissionais de saúde e que possamos inaugurar esse tempo de cuidado ampliado na saúde, expandido a atenção básica", completou. 

O abandono de trechos do centro do Recife também é alvo de críticas dos candidatos a prefeito da oposição ao PSB. Sobre essa questão, João Campos respondeu que tanto o bairro do Recife quanto a Ilha de Antônio Vaz (São José, Santo Antônio, Ilha Joana Bezerra e Cabanga) vão ser geridos de forma integrada. "Vamos mudar algumas legislações para poder viabilizar as licenças e autorizações para aquela área que sejam priorizadas. Com isso vamos conseguir cuidar, fortalecer o incentivo a moradia no centro da cidade do Recife", explicou o socialista. 

Ao responder sobre de onde virão os recursos para todos estes investimentos anunciados, o postulante afirmou que lançará "um grande plano de transformação digital" na Prefeitura. "Isso é um compromisso da nossa geração. Vamos dar um grande choque de gestão informatizando, integrando e digitalizando os processos. Isso gera uma grande economia. Nós temos 8% do orçamento da receita corrente líquida  que é discricionário, então vamos reposicionar investimentos", declarou. 

"Nós vamos fazer cortes, mas nunca colocando em risco a proteção social. É corta para poder aumentar a proteção social", completou. Em suas considerações final, João Campos alfinetou o tom abordado por alguns candidatos da oposição durante essa campanha. "Não vamos entrar no desespero que muitos adversários têm, querendo agredir, querendo fazer um jogo desleal com ódio e mentira. Não é assim que se faz. A gente tem que juntar as pessoas", finalizou.