Matéria atualizada às 18h21
No dia seguinte ao encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, afirmou que o PSB deverá realizar novas discussões com outras lideranças políticas e partidos com mais regularidade. "Até porque política é isso. Em breve vamos ter outras discussões não somente com o presidente Lula, mas com outros atores que queriam discutir o melhor para Pernambuco e para o Brasil", disse o socialista ao JC, nesta segunda-feira (4).
Questionado se o encontro com o líder petista em Brasília, nesse domingo (3), poderia ser mais um passo nessa reaproximação dos partidos focando não apenas no palanque nacional, com o PT sendo apoiado pelo PSB, mas como a replica dessa aliança em Pernambuco, o governador disse que este é o momento de começar a organizar as forças políticas para as eleições de 2022.
"Nós recebemos a visita do presidente Lula no mês de agosto, tivemos a oportunidade de ontem estar com ele, conversando sobre o Brasil, conversando sobre o partido. Depois ele teve um encontro com outros governadores e ao longo desta semana vai conversar com os outros partidos, então é dessa forma com articulação e discussões que vamos nos preparar para o próximo ano. Agora, são discussões preliminares dentro de um processo que ainda vai levar tempo. E as definições só vão ocorrer em 2022, até porque a dinâmica é essa", declarou.
O governador é um dos principais articuladores na reaproximação entre o PT e o PSB, defendendo inclusive, que as chances dos partidos estarem juntos nos âmbitos nacional e local "são muito grandes", segundo detalhou o senador Humberto Costa (PT), em entrevista à Rádio Jornal, nesta segunda. "Essa conversa passou pela questão nacional e a avaliação do governador é de que a chance de nós estarmos juntos nacionalmente hoje, é muito grande", disse.
O parlamentar, que também esteve presente no encontro entre Lula e Paulo Câmara, disse que não houve conversas sobre nomes e nem como se dará o desenho desta aliança. "Mas foi importante para que todos fiquem sabendo que o desejo do presidente Lula é um palanque único para Pernambuco, para a disputa local, e um palanque único para disputa nacional", afirmou Costa.
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Por outro lado, o governador deixou claro ao ex-presidente Lula, que está focado na administração do Estado. " A gente está tirando as oportunidade que temos de conversar sobre política, mas também temos focado na administração e isso eu coloquei para o presidente. Nós temos muito o que fazer por Pernambuco não somente em 2021, mas em 2022", completou. Vale lembrar que o futuro político de Paulo Câmara contempla uma disputada para o Senado ou para a Câmara dos Deputados. Vice-presidente nacional do PSB, ele também tem seu nome ventilado para compor a chapa com Lula, no posto de vice.
Sucessão
O martelo sobre a sucessão estadual terá seu martelo batido em 2022, segundo o governador Paulo Câmara, que é apontado pelos correligionários e pela base aliada como o condutor desse processo. Sobre as reiteradas negativas do ex-prefeito e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Julio, de que não será o candidato a governador no ano que vem, Paulo Câmara declarou apenas que o foco, agora, será nas ações em prol do Estado.
"Nós estamos com o plano de retomada, estou me dedicando a vários dias na semana visitar municípios, anunciar obras, fiscalizar obras em andamento, inaugurar obras novas. Essa é a dinâmica do governo, nesse momento. Sucessão nós vamos discutir efetivamente em 2022 e temos muitos atores envolvidos nesse processo, muitos partidos políticos, então isso é um trabalho de construção mas que só temos certeza que vai ocorrer em 2022", declarou.