O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), disse que demitiu funcionários do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) depois de o órgão federal ter interditado a obra de construção de uma unidade das lojas Havan. A empresa pertence a Luciano Hang, apoiador fiel do chefe do Planalto. A declaração foi feita nesta quarta-feira (15) durante o Fórum Moderniza Brasil - Ambiente de Negócios, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
"Tomei conhecimento que uma obra de uma pessoa conhecida, o Luciano Hang, estava fazendo mais uma loja, e apareceu um pedaço de azulejo nas escavações. Chegou o Iphan e interditou a obra. Liguei para o ministro da pasta e [perguntei]: que trem é esse? Porque não sou inteligente como meus ministros. O que é Iphan, com PH? Explicaram para mim, tomei conhecimento, ripei todo mundo do Iphan. Botei outro cara lá", contou Bolsonaro durante o discurso na Fiesp.
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O presidente disse também que o instituto não é mais um empecilho: "O Iphan não dá mais dor de cabeça para a gente. E quando eu ripei o cara do Iphan o que teve, me desculpa aqui prezado Ciro [Nogueira, ministro da Casa Civil] de político querendo uma indicação não estava no gibi. Daí eu vi realmente o que pode fazer o Iphan, tem um poder de barganha extraordinário. Vocês sabem o que acontece."
A paralisação à qual Bolsonaro se referiu foi a de uma obra da Havan na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, em dezembro de 2019. À época, as operações precisaram ser paralisadas porque o Iphan encontrou material de interesse arqueológico no local da construção.