A primeira aparição pública do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao lado do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, em um jantar promovido pelo grupo Prerrogativas, trouxe sinalizações importantes para o cenário eleitoral de 2022.
“O PSB sempre defendeu que a tarefa que nós temos no ano de 2022, a principal dela, era aglutinar uma ampla frente de centro esquerda para que pudéssemos enfrentar e derrotar Bolsonaro. Não é uma questão ideológica e de ser de oposição a esse governo, acho que ele falhou em todos os deveres e isso nos obriga a abrir mão de projetos partidários e pessoais para tentarmos o máximo possível aglutinar forças”, afirmou o deputado federal Tadeu Alencar, destacando que a figura de Alckmin vem para corroborar essa tese.
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Recém desfilado do PSDB, o ex-governador de São Paulo tem intensificado as conversas com o PSB, mas também mantém em seu radar o diálogo com o PSD. No caso da sigla socialista, é negociada a possibilidade de vir a ser indicado como vice em uma eventual chapa com o ex-presidente Lula.
Líder do PSB na Câmara, o deputado federal Danilo Cabral, considera que ainda haverá desdobramentos a partir da defesa por essa frente ampla, que não é uma discussão que ficará restrita só ao PSB e PT, até pela questão da federação partidária em discussão nas legendas. “Essa aliança tem desdobramento em todos os estados, a partir da convicção de que precisamos fazer grande frente para derrotar Bolsonaro. A possibilidade de chegada de Alckmin é muito bem vinda por toda a história dele”, afirmou o parlamentar.
O jantar também foi marcado pela presença do governador de Pernambuco e vice-presidente nacional do PSB, Paulo Câmara, e pelo prefeito do Recife, João Campos. O que naturalmente desperta reflexões sobre como estas sinalizações impactam o cenário local entre o PT e o PSB. Socialistas apontam que a situação de Pernambuco - colocado como um dos seis estados estratégicos dos quais o partido não abre mão - já estaria resolvido. O grande imbróglio ainda permanece nos estados de São Paulo, com os nomes do ex-prefeito Fernando Haddad sendo sustentado pelo PT, e do ex-governador Márcio França pelo PSB. No Rio Grande do Sul, há muita resistência dos petistas em aderir ao palanque do ex-deputado federal Beto Albuquerque, devido a sua postura crítica com relação ao PT.
“Aliança com PT e PSB a nível nacional está amadurecida, nós temos um acordo sinalizado com um palanque único em Pernambuco. Nós vamos ter candidato (a governador) não só por uma resolução do partido, mas pela confiança que os nossos dirigentes possuem no governador Paulo Câmara, para liderar a escolha do seu sucessor e da continuidade do projeto do PSB iniciado por (Miguel) Arraes e por Eduardo Campos”, comentou o deputado federal Felipe Carreras.
Governador
No dia seguinte ao encontro com Lula e Alckmin, nesta segunda-feira (20), o governador Paulo Câmara evitou falar com a imprensa. Acompanhado da primeira-dama Ana Luiza, o chefe do Executivo estadual participou da entrega da medalha da Ordem do Mérito dos Guararapes a autoridades do Estado.
Na solenidade realizada no Palácio do Campo das Princesas, foram homenageados os presidentes do Tribunal de Justiça de Pernambuco, desembargador Fernando Cerqueira; da Assembleia Legislativa, Eriberto Medeiros; do Tribunal de Contas do Estado, Dirceu Rodolfo; e o procurador-geral de Justiça, Paulo Augusto de Freitas. Após o encerramento da cerimônia, o secretário da Casa Civil, José Neto, foi o encarregado a dar declarações sobre as homenagens.