O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou a imagem de uma caneta Bic, logo após o seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, conceder perdão ao deputado Daniel Silveira.
Críticos do governo estão criticando o presidente Jair Bolsonaro por conceder perdão a um aliado com uma "canetada" logo após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Daniel Silveira havia condenado pelo STF a oito anos e nove meses de reclusão por estimular atos antidemocráticos e ameaçar as instituições.
Eduardo já tinha manifestado solidariedade a Daniel Silveira (PTB-RJ), nessa quinta-feira (21), nas redes sociais. "Nossa maior referência foi o mais perseguido e mesmo assassinado com requintes de tortura. Se essa injustiça aconteceu com Jesus, não seremos nós a vir para a Terra para receber apenas aplausos", disse Eduardo em postagem no Twitter.
O deputado e filho do presidente Bolsonaro afirmou ainda que "não há mal que dure para sempre" em outra postagem com uma foto de Silveira, conhecido apoiador de Bolsonaro.
Perdão a Daniel Silveira
O decreto que trata do perdão, de acordo com o presidente, extrapola a questão do parlamentar. "O decreto pode ser um marco para todos nós", avisou.
Em live nessa quinta-feira, o presidente leu um documento jurídico que chamou de "motivação do ato". O chefe do Executivo estimou que apenas a leitura desta segunda peça iria demorar cerca de 10 minutos.
Além de falar espontaneamente que a decisão de decretar perdão ao parlamentar está baseada em atos anteriores do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o presidente, na leitura do documento, fez questão de citar várias menções feitas pelo magistrado ao longo de sua atuação na Suprema Corte.
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O presidente encerrou sua live semanal enfatizando que a decisão - publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) - é um direito do presidente da República. "Era o que eu tinha a declarar, é assunto pacificado", afirmou ele no encerramento da transmissão.
O chefe do Executivo voltou a repetir que o teor do documento está embasado na jurisprudência concedida pelo ministro Alexandre de Moares, tido por bolsonaristas como "algoz do governo".
"Tudo está sob a jurisprudência do próprio ministro", enfatizou, voltando a mencionar que o decreto é constitucional e será cumprido.