Um dia depois de parte do teto do Hospital da Restauração, no Recife, desabar sobre pacientes, o pré-candidato a governador de Pernambuco, Miguel Coelho (UB), afirmou que os problemas da rede estadual de saúde se acumulam não apenas na Região Metropolitana, mas também no Agreste, na Zona da Mata e no Sertão. Segundo o ex-prefeito de Petrolina, o quadro seria um reflexo "da omissão e descaso" do Governo do Estado com o setor.
Em comunicado enviado à imprensa, a equipe do pré-candidato frisa que, com cerca de 1,8 milhões de habitantes, o Sertão teria apenas seis hospitais de referência e a maior parte dessas unidades teria "estrutura física sucateada, superlotação, equipes sobrecarregadas e falta de insumos básicos e de equipamentos para exames e tratamentos". Uma das cidades a sentir os efeitos da situação seria Santa Maria da Boa Vista, no Sertão do São Francisco, que não possui hospital regional.
"A espera é horrível, a senha da regulação é conhecida como a senha da morte, porque demora demais e nem sempre o paciente pode esperar", declarou, na nota, o prefeito da cidade, George Duarte. Os casos graves diagnosticados no município são encaminhados para a Rede Interestadual de Saúde Pernambuco/Bahia (Rede PEBA).
No Agreste e na Mata, a situação seria semelhante, conforme levantamento realizado pelo postulante. "Além de sofrerem com o atendimento precário, os moradores dos municípios questionam obras abandonadas a exemplo do Hospital da Mulher de Caruaru e das UPAs de Carpina e Palmares", afirma o comunicado.
Entre suas propostas de pré-campanha, Miguel Coelho defende a descentralização dos serviços de saúde e um novo modelo de gestão. O ex-gestor lembra que R$ 6 bilhões são gastos por ano com as Organizações Sociais (OS), mas o povo continua sem atendimento médico.
"Infelizmente, o caos na saúde, a falta de humanização, não é só nos grandes hospitais do Recife. Isso se multiplica no Sertão, Agreste e Mata", observa Miguel.
Sobre a queda do teto do HR, o pré-candidato a governador classifica o ocorrido como "uma vergonha". "A queda do teto de um hospital desse porte é algo que nos envergonha nacionalmente, mas infelizmente é uma tragédia anunciada. Quantas matérias e vídeos já vimos sobre gente deitada nos corredores? Quantas vezes médicos, enfermeiros, técnicos e demais funcionários do HR, sob anonimato, já denunciaram o descaso com um dos principais equipamentos de saúde pública de Pernambuco?", questionou.