Com Estadão Conteúdo
O primeiro debate entre os candidatos à Presidência da República 2022 ocorre neste domingo (28), a partir das 21 horas.
O debate Band vai ter a presença dos candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Felipe D’Avila (Novo) e Soraya Thronicke (União).
O debate, no estúdio principal da sede da Band, no bairro do Morumbi, em São Paulo, será realizado por um pool formado pelo Grupo Bandeirantes, TV Cultura, Folha de São Paulo e UOL, além do Google.
O debate Band será mediado pelos jornalistas Eduardo Oinegue e Adriana Araújo nos dois primeiros blocos. No terceiro, o comando será de Leão Serva, da TV Cultura, e Fabíola Cidral, do UOL.
Em caso de desistência, ficou acertado com os representantes dos partidos que o espaço reservado para o candidato no debate Band ficará vazio.
Cientistas políticos ouvidos pelo Estadão disseram que o encontro deve ser marcado por uma atenção polarizada entre os principais adversários que lideram as pesquisas - Lula e Bolsonaro.
A performance e desenvoltura dos dois candidatos será um dos focos do debate, uma vez que o petista não participa de eventos semelhantes desde 2006, enquanto o atual chefe do Executivo participou apenas de dois debates em 2018 antes do atentado que sofreu.
Para o professor de Ciência Política da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Cloves Oliveira, o debate funcionará como uma espécie de grande duelo.
"Finalmente, teremos um encontro entre os dois principais competidores das eleições, como se fosse um grande duelo no qual cada um vai tentar apresentar os seus trunfos: um para tentar ganhar no primeiro turno, caso do ex-presidente Lula, e ou para tentar diminuir a intenção de votos do oponente, caso do presidente Bolsonaro", afirmou Oliveira.
Os organizações do encontro afirmaram que Lula e Bolsonaro foram sorteados para ficar lado a lado na disposição dos candidatos no estúdio. A performance e desenvoltura dos dois principais adversários serão analisadas de perto durante o debate.
Para Oliveira, o ex-presidente petista tem vantagem nessa situação por estar na liderança nas pesquisas e ter técnicas de comunicação e posicionamento já conhecidas pelo eleitorado. "Lula tem condições de se posicionar como acima da briga, de ser mais propositivo e de se esquivar, de maneira mais efetiva, dos ataque dos seus oponentes", disse.
Já, para o presidente, estar em um debate televisivo pode ser mais desconfortável, segundo o cientista político Rodrigo Prando, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
"Bolsonaro fica muito mais confortável no ambiente seguro das redes sociais em que controla as variáveis que podem influenciar", disse.
Debate Band ao vivo: veja as regras
As regras do debate presidencial foram publicadas pela Band. Confira abaixo:
Primeiro bloco
Mediadores: Eduardo Oinegue e Adriana Araújo (Band)
Todos os presidenciáveis terão um minuto e meio para responder perguntas programáticas. Será uma questão para cada dois candidatos.
As respostas acompanham a ordem de posicionamento no estúdio, conforme sorteio prévio: Felipe D’Avila, Soraya Thronicke, Simone Tebet, Jair Bolsonaro, Lula e Ciro Gomes.
Em seguida, haverá o primeiro confronto direto. Também por ordem de sorteio, cada um escolhe quem vai responder e tem um minuto para fazer a pergunta.
O candidato que for responder terá um total de quatro minutos para administrar entre a resposta e a tréplica.
Aquele que perguntou tem um minuto para a réplica.
Todos perguntam e todos respondem, nesta ordem: Jair Bolsonaro, Ciro Gomes, Felipe D’Avila, Soraya Thronicke, Lula e Simone Tebet.
Segundo bloco
Mediadores: Eduardo Oinegue e Adriana Araújo (Band)
Seis jornalistas das empresas que integram o pool fazem perguntas para os candidatos e escolhem quem comenta.
Um minuto para a pergunta e um minuto para o comentário.
O candidato que responde terá quatro minutos para dividir como quiser entre resposta e réplica. Todos respondem e todos comentam.
Terceiro bloco
Mediadores: Leão Serva (TV Cultura) e Fabíola Cidral (UOL)
Novo confronto direto entre os candidatos, também com ordem definida previamente em sorteio (Simone Tebet, Soraya Thronicke, Ciro Gomes, Jair Bolsonaro, Lula, Felipe D’Avila).
Um minuto para a pergunta, um para a réplica e quatro minutos administrados entre resposta e tréplica.
Na sequência, mais uma série de perguntas programáticas para todos os candidatos, em ordem previamente sorteada, com um minuto para a resposta.
Uma pergunta para cada dois candidatos, nesta ordem: Ciro Gomes, Soraya Thronicke, Lula, Simone Tebet, Felipe D’Avila e Jair Bolsonaro.
Em seguida, cada candidato terá dois minutos para fazer suas considerações finais, em ordem invertida ao início do debate: Ciro Gomes, Lula, Jair Bolsonaro, Simone Tebet, Soraya Thronicke e Felipe D’Avila.
Direito de resposta
Em caso de ofensa moral e pessoal, o candidato poderá solicitar ao mediador direito de resposta imediatamente após o término da fala de quem estiver com a palavra.
O mediador submeterá a avaliação ao comitê formado por quatro jornalistas do pool e um advogado. A resposta será dada ainda no mesmo bloco. Na hipótese de deferimento do pedido de resposta, serão concedidos 45 segundos.
Em caso de segundo turno, um novodebate Band já está marcadopara dia 9 de outubro
Agregador de pesquisas JC: veja como está a disputa pela presidência no Nordeste
O agregador de pesquisas JC/Oddspointer, atualizado com os números desta semana, indica leve inversão na tendência de intenção de voto para a Presidência da República no Nordeste.
A curva ascendente de Lula (PT) apresentou queda. Enquanto isso, o presidente vê um leve aumento dos seus números na região.
O mecanismo reúne diferentes pesquisas e estima, levando em conta as diferentes metodologias dos levantamentos, a intenção de voto do eleitorado. Levando em conta a atualização desta quarta-feira (24), Lula tem 57,8% e Bolsonaro tem 23,4%.
O petista, porém, na semana passada vinha em estabilidade, atingindo 59,2% no último dia 7. O atual presidente, nessa mesma data, tinha 21,8%. Ciro Gomes (PDT) se mantém estável, indo de 7,8% para 8%.
A corrida, num eventual segundo turno, se mantém estável. A tendência de voto em Lula no Nordeste fica em 63,7%. Enquanto isso, Bolsonaro ficaria com 27,38% na região, numa eventual disputa direta com o ex-presidente.