Cada novidade divulgada sobre as vacinas contra a covid-19 traz um pouco mais de esperança para a população mundial. Afinal, essa imunização é uma das medidas mais importantes de prevenção contra a doença. Quanto mais pessoas receberem a dose, menor é o risco de adoecimento.
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Contudo, várias dúvidas ainda giram em torno desse assunto. Pensando nisso, o JC preparou uma reportagem com as principais respostas sobre a vacina contra o novo coronavírus no Brasil. Por isso, preste atenção nas respostas e, se for sair de casa, lembre-se da máscara e do álcool em gel.
Somente a de Oxford. Na última quarta-feira (02), a Câmara dos Deputados aprovou a medida provisória que abre crédito extraordinário de R$ 1,9 bilhão para viabilizar a compra dos imunizantes produzidos pela Universidade de Oxford e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e distribuição de 100 milhões de doses do produto.
O Estado de São Paulo assinou um contrato, em setembro, para aquisição de 46 milhões de doses da Coronavac, imunizante produzido pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Mais de 1 milhão de doses da vacina já se encontram no Brasil. Até o final de dezembro, chegarão mais 6 milhões e, em janeiro, mais 40 milhões.
Importante destacar que somente vacinas aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) podem ser aplicadas no País. Até o momento, o órgão não aprovou nenhum imunizante ainda. Além da vacina de Oxford e Coronavac, outras empresas negociam com o governo brasileiro, como é o caso da alemã Pfizer.
Ainda não há uma data específica para o começo da vacinação no Brasil. Porém, há uma previsão de que a imunização no País comece em março, segundo o Ministério da Saúde.
Já em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) disse que a vacinação deverá começar em janeiro de 2021, com a Coronavac. Ele se mostrou indignado com a previsão do Ministério da Saúde. De acordo com Doria, o Estado não irá esperar que se confirme a previsão do Governo Federal.
A princípio não. Na terça-feira (1º), o Ministério da Saúde divulgou as definições preliminares da estratégia de vacinação contra a covid no Brasil. A imunização deve acontecer em quatro etapas, priorizando idosos, trabalhadores de saúde e população indígena. A estrutura final do plano só vai ficar pronta quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrar os primeiros imunizantes.
Primeira fase
Na primeira fase, devem entrar trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência, como asilos e instituições psiquiátricas, e população indígena.
Segunda fase
Em um segundo momento, entram pessoas de 60 a 74 anos.
Terceira fase
A terceira fase prevê a imunização de pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da doença (como portadores de doenças renais crônicas e cardiovasculares).
Quarta fase
A quarta e última deve abranger professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade.
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No dia 23 de novembro, o laboratório britânico AstraZeneca e a Universidade de Oxford anunciaram, em um comunicado conjunto, que a vacina contra covid-19 desenvolvida pela parceria mostrou eficácia de 90% nos testes. Os resultados preliminares incluíram testes em mais de 2 mil pessoas, incluindo 131 que contraíram a covid. A eficácia ficou entre 62% e 90%, dependendo da quantidade de doses aplicadas.
"A eficácia e segurança desta vacina confirmam que será muito efetiva contra a covid-19 e que terá um impacto imediato nesta emergência de saúde pública", afirmou o CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot, no comunicado.
O laboratório farmacêutico Pfizer anunciou, no dia 9 de novembro, que sua vacina, produzida em conjunto com a BioNTech, tem eficácia de 90%, de acordo com a primeira análise intermediária do teste de fase 3, a última etapa antes do pedido formal de homologação.
"Os primeiros resultados da fase 3 de nosso teste de vacina contra a covid-19 apresentaram as provas iniciais de nossa vacina para prevenir esta doença", afirmou o presidente da Pfizer, Albert Bourla.
Com base nessas projeções, as duas empresas disseram que pretendem fornecer 50 milhões de doses no mundo em 2020 e até 1,3 bilhão no ano que vem.
A vacina fabricada pela farmacêutica americana Moderna tem eficácia de 94,1%, de acordo com o anúncio feito no dia 30 de novembro, quando a empresa anunciou uso emergencial do seu imunizante contra o coronavírus nos Estados Unidos e na Europa.
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Segundo a Moderna, o imunizante também aparentou ser seguro, ainda que alguns participantes tenham experimentado dores de cabeça e outras reações leves a moderadas.
"Acreditamos que nossa vacina fornecerá uma ferramenta nova e poderosa que pode mudar o curso desta pandemia e ajudar a prevenir doenças graves, hospitalizações e mortes", disse o CEO da Moderna, Stéphane Bancel.
Os resultados da eficácia da vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan ainda não foram divulgados. O que se sabe sobre o imunizante é que ele chegou à fase final, a 3, com milhares de voluntários, principalmente no Brasil.