Anvisa fixa prazo de 10 dias para avaliar pedidos de uso emergencial de vacinas

Em nota, agência diz que poderá usar dados de saúde de outros países
Agência Brasil
Publicado em 14/12/2020 às 18:23
IMUNIZAÇÃO Nos Estados Unidos, 50,4% das pessoas com mais de 18 anos estão parcialmente imunizadas. No resto da América Latina, ritmo varia Foto: TÂNIA REGO/AGÊNCIA BRASIL


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estima que poderá avaliar e conceder autorização emergencial de vacinas contra a covid-19 em até 10 dias para empresas que cumpram os requisitos fixados. Esta modalidade de permissão foi estabelecida pelo órgão para permitir uma análise mais rápida em condições especiais de imunização diante do cenário de pandemia.

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No início do mês, a Anvisa divulgou o guia de critérios e procedimentos para a aprovação de autorizações emergenciais para vacinas em caráter experimental contra o novo coronavírus.

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A permissão especial poderá ser fornecida para vacinas que estejam em estudo no Brasil na chamada Fase 3, em que a eficácia e a segurança são analisadas. Nesse caso, as vacinas serão destinadas a programas de governo, não podendo ser comercializadas pelas empresas que obtiveram a permissão.

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Apenas as empresas que estão desenvolvendo as vacinas poderão solicitar a autorização na Anvisa. Deve ser comprovada a capacidade de fabricar ou de importar a substância. As companhias interessadas em tal alternativa deverão fazer antes uma reunião com a equipe da Anvisa, que é chamada de "pré-submissão". Será preciso também já ter aprovado na Anvisa um dossiê de desenvolvimento clínico.

Autorização por outros países

Em comunicado sobre o novo prazo de até 10 dias, a Anvisa abordou também o procedimento de autorização emergencial a partir da aprovação do uso do imunizante por órgãos reguladores de outros países. O mecanismo está previsto em lei.

O texto menciona a permissão da agência de saúde dos Estados Unidos (Food and Drug Administration, FDA) à vacina da Pfizer, argumentando que mesmo o processo sendo parecido com o realizado aqui, ainda seria necessário ter uma avaliação própria da agência brasileira.

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"Ainda assim, parte dos dados, bem como compromissos e planos de monitoramento que precisam compor o pedido de uso emergencial [em outro país a outro órgão regulador], referem-se exclusivamente a realidades nacionais e, por isso, a importância da análise da vacina a ser usada no Brasil ser realizada pela Anvisa", diz a nota.

Entre os aspectos a serem avaliados pela agência estão:

  • Se a vacina que será disponibilizada para a população brasileira é a mesma avaliada nos estudos clínicos;
  • Se a população-alvo a ser vacinada no Brasil é a mesma que será imunizada no país da autorização original;
  • Quais as estratégias de monitoramento da aplicação das vacinas e de eventuais efeitos adversos nos indivíduos.

São esses aspectos que deverão ser considerados na avaliação que a agência espera ser realizada em até 10 dias.

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O comunicado da Anvisa pondera a replicação da autorização pela autoridade reguladora chinesa da CoronaVac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa SinoVac em parceria com o Instituto Butantan.

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A nota afirma que os critérios empregados no país para a autorização "não são transparentes" e não há ''informações disponíveis" sobre eles. "Caso venha a ser autorizada a replicação automática da autorização de uso emergencial estrangeira no Brasil, sem a devida submissão de dados à Anvisa, são esperados o enfraquecimento e a retardação na condução do estudo clínico no Brasil, além de se expor a população brasileira a riscos que não serão monitorados pela empresa desenvolvedora da vacina", informa o documento.

A nota da Anvisa pode ser lida na íntegra no site da agência.

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