Publicado em 06/11/2021 às 14:15
| Atualizado em 06/11/2021 às 17:14
A medida em que as investigações avançam, cresce a possibilidade de a aeronave em que viajava a cantora sertaneja Marília Mendonça e outras quatro pessoas ter sofrido algum tipo de incidente antes de cair em Minas Gerais. A possibilidade foi reforçada pelo comentário de um piloto acostumado a voar na região e que a definiu como perigosa.
"Aquela é uma área que todos os pilotos evitam voar. A gente não sabe por que ele decidiu ir por ali", comenta Rafael Lacerda, que trabalha há dez anos sobrevoando a área de Caratinga, no interior de Minas Gerais, onde a cantora Marília Mendonça morreu na tarde desta sexta-feira, 5, após a queda do seu avião. No início desta tarde, ele comandava um voo que partiu de Viçosa com destino ao município, aterrissando cinco minutos após a previsão de chegada da tripulação que levava a cantora.
Lacerda conta que usava uma frequência de rádio aberta pouco antes de chegar a Caratinga e conseguiu ouvir o piloto que transportava Marília Mendonça dando as instruções para o pouso. "Ele reportou duas vezes que tinha ingressado na perna do vento, um procedimento que a gente usa para pousar. Só ouvi isso e, depois, mais nada. Aparentemente, o avião não estava em pane", relata.
No fim da tarde, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) confirmou em nota que o avião da cantora atingiu um cabo de uma torre de distribuição da companhia, mas não deixou claro qual seria o papel desse choque para a queda da aeronave. Segundo Lacerda, os fios naquela região costumam atrapalhar o pouso, a ponto de ela ser evitada por quem conhece a área.
"Para nós que estamos acostumados, os fios não chegam a atrapalhar. Mas eles estão em um setor de muita aproximação e com o relevo muito alto, então é uma área que todos os pilotos evitam", relata. "Quando eu pousei, passei por cima do local do acidente e não percebi o avião ali." Lacerda explica ainda que o tempo estava claro, com céu aberto, e o sol em uma posição "que não atrapalhava a visualização dos fios".
"A gente coordenou o pouso com ele, porque aterrissaríamos em um horário muito próximo. Eles estavam a um minuto do pouso", conta Glauco Souza, de 44 anos, que também estava a bordo do avião pilotado por Lacerda. "Só soubemos que ele caiu quando pousamos e vimos que ele não estava no aeroporto. Não ouvimos barulho, não vimos fumaça, sobrevoamos ali e não percebemos."
"A perícia compareceu ao local e fez os trabalhos. Amanhã continuam os trabalhos. Cabe à Polícia Civil acionar a Cenipa para saber as causas do acidente", completou. Os policiais também foram cautelosos em relação à causa da morte dos ocupantes. "Foi um acidente com uma energia de grande impacto, que causou diversos traumas nos ocupantes", diz o médico legista Pedro Fernandes.
O Estadão Conteúdo é uma agência de notícias que pertence ao grupo O Estado de S. Paulo, fornecendo notícias, análises, colunas, cotações, entre outros conteúdos para veículos de imprensa de todo o Brasil.
Jornalista setorizada em mobilidade urbana há 18 anos. Com 26 anos de redação, cobriu por quase dez anos o setor de segurança pública, atuando também nas editorias de Política, Brasil e Internacional.
Localidade:RecifeTelefone:8199537000Cargo:repórter sênior e colunistaCursoCurso de Fiscalização do Dinheiro Público Ministrado pelo Knight Center, 2020
Curso de Desenvolvimento Urbano para Jornalistas Ministrado pela Abraji e Instituto Linconl – São Paulo, 2014
Curso de Webvídeos em dispositivos móveis Ministrado pelo Jornal do Commercio, 2015
Curso de Webjornalismo Ministrado pelo professor Fábio Guerra, da VídeoRepórte, Recife, 2013
Curso de WebJornalismo Ministrado pelo Grupo Garapa, São Paulo, em 2012