A defesa do italiano Pasquale Scotti, acusado de liderar a organização mafiosa napolitana Camorra, entrou nesta segunda-feira (13) com pedido de liberdade no Supremo Tribunal Federal (STF). Scotti foi preso em maio, no Recife, e está detido no Presídio da Papuda, no Distrito Federal, onde aguarda a formalização do pedido de extradição do governo da Itália.
Ao contrário da posição do Supremo, a defesa do italiano alega que ele pode aguardar o julgamento do pedido de extradição em liberdade, por residir no Brasil há mais de 30 anos.
"Relevante destacar que o paciente está no Brasil há mais de 30 anos, tendo constituído família, genitor de dois filhos menores, sendo sua companheira do lar. Ou seja: sua prisão é desproporcional, diante da ausência de antecedentes criminais no período em que se encontra no Brasil, com domicílio fixo, exercendo atividade lícita e, principalmente. sendo ele mantenedor material dos filhos menores e [da] companheira". argumentam os advogados.
Scotti é apontado como fundador da Nova Camorra Organizada – subgrupo criado após a prisão do principal chefe da Camorra, Raffaele Cutolo, em 1982. Em 2005, a Justiça italiana condenou Scotti à prisão perpétua por crimes cometidos entre 1980 e 1983, dos quais mais de 20 homicídios, porte ilegal de armas de fogo, extorsão, intimidação e ameaças.
O italiano estava foragido desde 1984, e vivia no Recife há anos, com documentos falsos, em nome de Francisco de Castro Visconti.