Em quatro anos e meio de gestão, a Prefeitura do Recife realizou intervenções em 49 pontos de alagamentos da cidade. As obras, no entanto, não impediram que locais com problemas crônicos, como as Avenidas Mascarenhas de Moraes e Recife, virassem rios em determinados trechos. Para a gestão municipal, os alagamentos persistiram em função da combinação de grande concentração de chuva, em pouco tempo, com o pico da maré alta, registrado por volta das 8h30 de ontem. A partir deste mês, a prefeitura inicia um novo cronograma de obras físicas em oito pontos considerados prioritários. As intervenções vão custar R$ 2 milhões e deverão durar, em média, cerca de quatro meses.
O secretário de Infraestrutura do Recife, Roberto Gusmão, reconhece que, no início da manhã, o recifense enfrentou muitos problemas de mobilidade. “Mesmo com todas as ações desenvolvidas, em cerca de três horas (entre 4h e 7h), choveu 70 milímetros, com uma maré de mais de dois metros de altura. Nenhum sistema de drenagem vai evitar alagamentos em um cenário desses. Não podemos esquecer que o Recife é um estuário”, afirmou. Ele diz que muitos pontos, no entanto, apresentaram bem menos transtornos, como a Rua do Espinheiro, na Zona Norte do Recife, e o cruzamento das Avenidas Norte e Cruz Cabugá, na região central da capital.
Roberto Gusmão destaca que um ganho importante foi o escoamento mais rápido das águas. “No início da tarde, muitas avenidas que ficaram alagadas, no começo da manhã, já estavam completamente secas. Melhoramos muito o sistema de drenagem nesses 49 pontos e isso teve impacto direto na velocidade com que as águas foram baixando”, ressalta.
Sobre as novas ações, o secretário explicou que, inicialmente, 18 pontos de alagamentos foram considerados prioritários. Mas, em função dos recursos limitados, foi feita uma seleção dos oito locais mais urgentes. “Não adianta começar e não terminar, por falta de dinheiro. Vamos focar em áreas que exigem uma intervenção imediata, como a Avenida Antônio de Góes e as Ruas Pereira da Costa e Tomé Gibson, no Pina”, justificou. Serão feitas obras de microdrenagem, com a troca de tubulação das galerias e o aumento dos pontos de coleta para escoamento das águas.