O Museu da Cidade do Recife inaugura neste sábado, 13 de janeiro, a exposição Memória Restaurada, montada com oito pinturas e gravuras que remetem à Revolução Pernambucana de 1817. Lançada no dia em que se recorda o aniversário de 193 anos da morte de Frei Caneca, um dos participantes do movimento, a mostra ficará em cartaz até 6 de março próximo, no encerramento das comemorações do bicentenário da revolução.
De propriedade do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, as peças foram restauradas num convênio com o governo do Estado, que prevê o repasse de subvenção para as celebrações dos 200 anos da insurreição (Lei nº 15.877/2016). “A efeméride é um bom momento para se investir na restauração das memórias e na educação, nós temos feito isso desde o ano passado”, declara Betânia Corrêa de Araújo, diretora do Museu da Cidade do Recife.
A programação deste sábado começa às 9h30 com hasteamento das bandeiras e colocação de flores no busto de Frei Caneca, numa área próxima ao museu, localizado no Forte das Cinco Pontas, no bairro de São José, Centro do Recife. Depois do evento cívico, em parceria com a Grande Loja Maçônica de Pernambuco, haverá palestra do historiador George Cabral, presidente do Instituto Arqueológico, no auditório do museu. Ele falará a partir das 10h15 sobre a participação de Frei Caneca na Revolução Pernambucana e sua atuação como líder da Confederação do Equador, em 1824.
Na exposição, o público verá as gravuras feitas em papel de Dom Pedro de Alcântara e Dona Leopoldina, contemporâneas da insurreição. “São duas peças raras, produzidas por ocasião da festa de casamento deles, no Rio de Janeiro, em 1817, que teve a data adiada por causa da revolução”, afirma George Cabral. Na época, Dona Leopoldina era arquiduquesa da Áustria e Dom Pedro era príncipe herdeiro do Reino Unido, diz Reinaldo Carneiro Leão, primeiro-secretário do Instituto Arqueológico. Dom Pedro e dona Leopoldina se tornariam, em 1822, os primeiros monarcas do Império do Brasil.
Os outros quadros retratam pessoas ligadas à Revolução Pernambucana: Domingos José Martins, representante do comércio no Governo Provisório; monsenhor Francisco Muniz Tavares, escreveu a história da revolução e foi o primeiro presidente do instituto; o advogado José Luiz de Mendonça, representante da magistratura no Governo Provisório; Frei Caneca, que teve participação modesta na revolta; Gervásio Pires, um dos grandes financiadores da revolução; e Mena Calado, que exerceu função na administração do governo, relata George Cabral.
Memória Restaurada se somará à exposição 1817 – Revolução Republicana, aberta em março do ano passado. “Além das obras, vamos exibir um vídeo sobre o processo de restauração das peças (executado por Débora Mendes). É uma satisfação grande expor esse trabalho”, diz Betânia Corrêa de Araújo. O Museu da Cidade do Recife recebe visitantes da terça-feira aos domingos, das 9h às 17h. O acesso é gratuito.