A mãe da pequena Beatriz Mota, de sete anos, assassinada em 2015 em uma escola particular de Petrolina, no Sertão do Estado, fez um novo apelo pela federalização do caso nesta quarta-feira (16). Lucinha Mota veio ao Recife protocolar junto à Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) novas evidências obtidas pela família, através de investigação paralela às da Polícia Civil. As provas, segundo ela, mostram desvio de função de um funcionário público, que teria ainda atrapalhado o inquérito policial.
“Temos provas de que um perito que trabalhou no Caso Beatriz elaborou um plano de segurança para o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora (onde o assassinato aconteceu) após o crime. Enquanto agente público, ele não pode estar recebendo dinheiro para realizar esse tipo de serviço. Essa mesma pessoa produziu laudos com conteúdos duvidosos, que talvez tenham direcionado as investigações para outro lugar”, denuncia Lucinha. A mãe não forneceu maiores detalhes para não atrapalhar as investigações da Corregedoria.
Um dos pleitos antigos da família, o acesso ao inquérito policial foi concedido em maio, de acordo com a mãe da criança. “A impressão que passa é de autossabotagem. Acredito que existe uma linha forte de investigação, que vinha da primeira delegada e que foi bagunçada com a chegada do segundo e da terceira delegada. A quarta voltou para a mesma linha de investigação da primeira. Espero que a Corregedoria leve à frente, investigue os fatos e puna exemplarmente", afirmou.
Em nota, a Corregedoria Geral da SDS informou que recebeu a denúncia, na manhã desta quarta-feira (16), e que será instaurada uma Investigação Preliminar (IP) para apurar os fatos relatados. "Serão ouvidas as partes envolvidas e testemunhas, além da análise de documentos e outros materiais que colaborem com esclarecimentos. Se houver elementos suficientes, poderá ser instaurado um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD)", diz um trecho do comunicado.
O colégio Nossa Senhora Auxiliadora também divulgou nota, ressaltando que teve conhecimento das informações através da imprensa. “Até o momento a instituição não teve acesso, oficialmente, ao teor da manifestação, portanto, não pode, neste momento, emitir qualquer declaração sobre o assunto”, diz a nota. “A unidade de ensino reforça que está acompanhando atentamente os desdobramentos da denúncia e no momento oportuno manifestará sua defesa, caso se faça necessário.”