Quem foi ao Festival No Ar Coquetel Molotov no último sábado (22), enfrentou alguns problemas durante a festa. Em sua 13ª edição, a festa, que aconteceu na Coudelaria Souza Leão, na Várzea, recebeu público recorde de mais de 7 mil pessoas, mais que o estimado pela produção do evento. A maioria dos relatos sobre os transtornos mencionam muitas filas, e filas enormes.
O NOARCM é um dos festivais de música independente mais importantes do Brasil, mas de alguns anos para cá, o evento tem mudado sua estrutura, recebendo um público cada vez maior. Neste ano, além das filas, os banheiros foram insuficientes, assim como as vans encarregadas de levar o pessoal da bilheteria até os palcos.
Na internet, muitos usuários relataram suas experiências ruins. "Ódio define minha experiência nesse festival. Fila pra tudo.", disse Maurício Carvalho:
A usuária Mariana Barreto também reclamou da organização do evento, fazendo um paralelo com jogos de vídeo-games, onde é necessário completar missões para passar de nível.
Já a usuária Cecília Torres parabenizou a equipe de produção por manter o festival vivo, apesar de ter algumas ressalvas.
Na manhã deste domingo (23), o festival se pronunciou em sua página do Facebook sobre os transtornos enfrentados pelo público durante o evento. A equipe alegou que o festival havia crescido e aumentado muito mais do que o estimado.
Confira a íntegra do pronunciamento:
Ao longo dos anos a fama do festival No Ar Coquetel Molotov cresceu e aumentou muito. Somada a boas lembranças e uma curadoria que é sempre elogiada, o festival cresceu tanto a ponto de ter que mudar de lugar. Saiu do antigo Teatro da UFPE e foi a uma nova casa, a Coudelaria Souza Leão, desde 2014.
Nesta 13ª edição, o público da cidade, do estado e do Nordeste veio em peso conferir o que o evento trazia de tão especial para arrancar tantos elogios de pessoas tão diferentes.
Temos orgulho do que conquistamos e não temos medo de admitir que erramos ao não dimensionar o tamanho do público que viria ao festival neste ano. A presença das mais de sete mil pessoas foi maior do que nossas expectativas mais otimistas previam.
Tivemos um contingente de bares, banheiros e transporte que atendeu bem ao público no ano passado, mas que se mostrou insuficiente para a demanda desta edição.
Se por um lado ficamos muito contentes com a vinda de todos e os shows de excelente nível, por outro lado estamos desapontados conosco por não termos conseguido manter a qualidade do espetáculo que é o No Ar em seu lado operacional.
Assim como um adolescente de 13 anos, o festival, que é feito por várias pessoas, também erra e peca por sua ousadia ao dar passos maiores que a própria perna às vezes.
Estamos conscientes das falhas e de eventuais transtornos que não foram de nossa responsabilidade, mas que impactaram na apreciação do festival. Sabemos que ainda é longe para isso, mas já nos comprometemos a melhorar esta infra estrutura e o atendimento para a edição do ano que vem assim como viemos melhorando em outros apectos ano após ano.
Somos todos profissionais nesta área, mas acima de tudo, amantes de música que estão contentes em ver que tanta gente veio atrás de uma opção de lazer e shows que diferem tanto do atual mainstream. Gostaríamos de agradecer pela confiança e sobretudo pela paciência de quem esteve na Coudelaria Souza Leão neste último sábado e que presenciou mais um capítulo importante em nossa história. Neste momento também queríamos que aceitassem nossas desculpas e que continuem confiando no que temos a oferecer como produtores de um evento que já marcou seu nome no país em tão pouco tempo.