Nordeste cobra investigação sobre origem da mancha de petróleo nas praias

Polícia Federal e Ministério Público Federal serão acionados para abrir investigação de crime ambiental por causa das manchas de petróleo no litoral
JC Online
Publicado em 01/10/2019 às 20:10
Polícia Federal e Ministério Público Federal serão acionados para abrir investigação de crime ambiental por causa das manchas de petróleo no litoral Foto: Foto: Marcos Rodrigues/ Secom Sergipe


A Polícia Federal e o Ministério Público Federal serão acionados para que seja instaurado um inquérito investigativo de crime ambiental por causa das machas de petróleo cru que afetaram 114 praias de 53 municípios, em oito estados nordestinos. A medida tem o objetivo de mitigar os danos ambientais e socioeconômicos gerados desde o fim de agosto, quando os primeiros resíduos chegaram às praias da região.

A decisão foi tomada nesta terça-feira (1º) durante reunião com representantes de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e Sergipe. Piauí e Maranhão não estiveram presentes no encontro realizado na Vice-Governadoria, no Bairro do Recife. Bahia ainda não registrou incidentes com o petróleo. Além dos representantes do estados vizinhos, também compareceram Ibama, CPRH, UFPE e Capitania dos Portos do Recife.

À frente do debate, o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade Pernambuco, José Bertotti disse que a medida visa encontrar e punir os responsáveis pelo petróleo que chegou às praias. "É preciso que se tome medidas enérgicas e coordenadas. É preciso esforço do governo federal, em especial a Polícia Federal, para que se ache a fonte poluidora para que se evite danos ao meio ambiente, à população e à nossa economia", afirmou.

Turismo em alerta

Um dos principais prejuízos econômicos citados foi a perda de turistas quem vêm ao litoral nordestino por causa de sua biodiversidade e águas mornas. Primeiro estado a registrar a mancha (dia 30 de agosto no Conde), a Paraíba foi afetada em praias de grande potencial turístico, como o Bessa. O titular da Superintendência de Administração do Meio Ambiente paraibana, Aníbal Peixoto, disse que o momento agora é de recuperar o que foi afetado. "Houve prejuízo sim, ambiental e ao turismo porque impacta negativamente, principalmente porque a princípio achava-se que era algo local, só depois se descobriu era mais sério", comentou.

De acordo com os responsáveis pelo encontro, Paraíba e Pernambuco não registram mais novas manchas de petróleo. Alagoas está em processo de limpeza das praias. Sergipe iniciou o processo de mapeamento e limpeza das áreas afetadas. Enquanto Ceará, Maranhão e Rio Grande do Norte foram os estados mais afetados em quantidade de áreas oleadas.

O diretor do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte, Leolene Aguiar, o governo estadual também está preocupado com os impactos no turismo, uma vez que agências de viagens notaram cancelamentos de visitas às praias da região. "Toda costa leste foi atingida, foram 36 pontos. Do ponto de vista econômico, a estimativa é que a cada avião [de turistas] que deixa de ao Rio Grande do Norte, o prejuízo é de até R$ 280 mil por dia. Então é tudo que a gente não precisa", ressaltou Aguiar.

Em Pernambuco, 19 praias foram afetadas. Entre elas, São José da Coroa Grande, Porto de Galinhas, Carneiros, Ponta de Pedras, Boa Viagem e Paiva. Para o secretário de Turismo do Estado, Rodrigo Novaes, neste momento não houve prejuízo no interesse dos visitantes, mas é preciso descobrir as causas para evitar novos casos. "É claro que é uma repercussão negativa. Isso pode repercutir lá na rente, temos o verão aí, o Carnaval. Mas o que nos cabe nesse instante é responder rápido para evitar novos acidentes. Se isso voltar a acontecer, novas manchas chegarem, é algo que pode comprometer nosso turismo de litoral."

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