A Polícia Civil de São Paulo registrou um boletim de difamação contra Najila Trindade Mendes de Souza, 26 anos, na noite da última terça-feira (11) por conta de declarações feitas por ela ao jornalista Roberto Cabrini, do SBT, segundo o portal São Paulo Agora da Folha de São Paulo. Na entrevista concedida na última segunda-feira (10), a modelo questionou o trabalho da polícia, no caso em que ela acusa Neymar de estupro.
“A polícia [Civil] é comprada”, afirmou Najila durante a entrevista, ao ser questionada sobre o suposto furto no apartamento dela, um tablet que conteria um vídeo que prova a acusação que faz contra o jogador teria sido levado.
O delegado José Fernando Bessa ficou ciente das acusações ao assistir a entrevista, de acordo com o boletim de ocorrência, feito pela 6ª Delegacia Seccional de Santo Amaro.
"Desta feita, analisando o teor das declarações de Najila à imprensa, sobretudo quando questionada acerca das digitais colhidas na porta de seu apartamento, verifico ter sido maculada não só a honra da Polícia Civil como instituição [...], mas, sobretudo a honra objetiva dos servidores lotados no IIRGD [Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt], responsáveis pela coleta do material papidatiloscópico [digitais]", diz trecho do boletim de ocorrência.
Na conversa entre Roberto Cabrini e Najila Trindade, o entrevistador comenta que a polícia encontrou no apartamento apenas digitais dela e da empregada. Em seguida, a modelo afirma: “A polícia está comprada, não é? Ou não? Ou eu estou louca?”.
Um ofício será encaminhado ao instituto que coletou as digitais no apartamento. "Caso sintam-se [os peritos] atingidos em sua honra, apresentem eventuais representações [contra Najila]", continha ainda o boletim de ocorrência.
O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) e a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp) repudiam as declarções da modelo e se manifestaram por meio de nota.
“Antes de mais nada, reafirmamos nossa solidariedade a toda e qualquer vítima de violência de gênero e o compromisso da Polícia Civil do Estado de São Paulo em combater com rigor este tipo de crime. Todavia, não podemos tolerar que ilações sem qualquer fundamento venham a macular a honra de polícias e a imagem de toda uma instituição", diz trecho do pronunciamento.