A nadadora Joanna Maranhão começou 2018 com duas reviravoltas na carreira. Além de sair da equipe da Unisanta, ela participa da 3ª edição do Dancing Brasil. Em conversa com a repórter Gabriela Máxima, Joanna revelou que o foco está no reality, mas o plano para os Jogos Olímpicos de Tóquio segue firme.
As pessoas interpretaram minha saída da Unisanta como uma forma de protesto. Mas foi uma atitude em respeito a minha história. Não sou obrigada a manter relação com Ricardo de Moura, nem ninguém que fez parte da gestão de Coaracy Nunes. Quando eles estavam na CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) e eu defendia a seleção brasileira, tinha a obrigação. Hoje não mais. Embora a Unisanta apresente o melhor programa para minha natação, não há compatibilidade para ficar com o Ricardo assumindo a coordenação da equipe. Sou só gratidão a Marcelo Teixeira (pró-reitor e dirigente esportivo da Unisanta), mas não dava para continuar.
Eu continuo ativa na natação. Treinando todos os dias o esporte e a parte física durante os ensaios do Dancing Brasil, porque trabalhamos muito o corpo e o fortalecemos. Por enquanto, vou me dedicar ao programa, me jogar no Dancing. Mas quando acabar meu contrato (são quatro meses de vínculo) vou procurar um clube. Já tenho alguns interessados, mas vou analisar a melhor proposta. Não vou fazer barganha, vou escolher aquele que eu me sinta melhor, que me deixe mais à vontade.
2018 não é um ano morto porque o calendário de natação tem os Jogos Sul-Americanos e o Campeonato Brasileiro. Então sigo firme com o plano de me manter ativa e buscar sempre melhorar meu desempenho. Depois que acabar o Dancing Brasil volto com tudo e acredito que um ou dois meses de natação intensa já me deixem com o mesmo ritmo de antes. Quando eu me aposentei, em 2006, fiquei um ano parada e quando voltei consegui recuperar a forma física e melhorei os resultados. Então, agora não vejo problema. O plano (dos Jogos de Tóquio) segue firme.
Eu já tinha sido convidada para a primeira e para a segunda edição. Mas não pude participar. Na primeira eu estava treinando para o Maria Lenk, que era classificatório para o Mundial, e no segundo eu estava na seleção para o Mundial de Budapeste (na Hungria). Não imaginei que seria chamada novamente, mas felizmente o timing deu certo e eu estou em um momento mais tranquilo no esporte e posso me dedicar ao programa.
Perguntei para a produção quando encontraríamos Xuxa pela primeira vez, porque estava com medo da minha reação. Imaginei que poderia ser na estreia do programa. Então eu redigi uma carta e o encontro ocorreu em um dos ensaios gerais. Eu estava parada e ela chegou nas minhas costas. No momento eu não consegui fazer nada. Não tive reação na hora. Cresci assistindo Xuxa. E em 2012, quando assisti à entrevista sobre o que aconteceu com ela (a apresentadora revelou que sofreu assédio sexual quando tinha apenas 13 anos), eu fiquei em choque. Hoje compreendo toda a grandiosidade dela e toda a beleza que ela desenvolveu com o trabalho com as crianças. Não imaginei que um dia teria um encontro tão especial.
Em dias competição eu sempre acordo ansiosa, tomo café da manhã e levo a concentração até chegar à piscina. Nesse momento, tudo passa. Foi dessa forma também na estreia do programa. Fazer a coreografia de foxtrote, algo que eu nunca tinha ouvido falar, foi um momento muito marcante. Teve tensão, mas passou. Estou feliz por dentro por poder viver e conhecer a dança. Tecnicamente tenho que melhorar muito ainda. Estou aprendendo a trabalhar meu corpo de uma forma diferente, mas acredito que tenho a vantagem de ter a disciplina.
Quando decidi me filiar ao PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) não foi por questão de um dia lançar candidatura ou subir em um palanque. Esse não faz meu perfil. Decidi por reconhecimento ao partido. Para aprender com representantes de outras comunidades realidades que desconhecia. Cresci em uma família de classe média e queria conhecer outros lugares de fala e desenvolver minha parte humana. Eu prefiro ouvir as pessoas e aprender com as experiências.