Após a morte do enviado do Irã para assuntos iraquianos, general Qasem Soleimani, e de um comandante pró-Irã, na última quinta-feira (2), em um bombardeio americano em Bagdá, provocando pedidos de vingança da República Islâmica e aumentando os temores de um conflito aberto entre Washington e Teerã, os EUA enviarão entre 3.000 e 3.500 soldados para Oriente Médio.
O enviado do Irã para assuntos iraquianos, o poderoso general Qasem Soleimani, e um comandante pró-Irã morreram nessa quinta-feira, 2, em um bombardeio americano em Bagdá, o que provocou pedidos de vingança da República Islâmica e aumentou os temores de um conflito aberto entre Washington e Teerã.
O general Soleimani era responsável pelas questões iraquianas no exército ideológico do Irã, enquanto Abu Mehdi al Muhandis, que tinha dupla cidadania iraquiana e iraniana, era o número dois das Forças de Mobilização Popular, ou Hashd al Shaabi, uma coalizão de paramilitares majoritariamente pró-Teerã integrados ao Estado iraquiano.
Pouco depois de suas mortes, o Pentágono anunciou que o presidente americano, Donald Trump, deu a ordem para "matar" Soleimani. Logo após, Trump publicou uma ilustração com a bandeira dos Estados Unidos em suas redes sociais.
"Esta é a maior operação de decapitação já realizada pelos Estados Unidos, maior que as que mataram Abu Bakr al Bagdadi ou Osama bin Laden", líderes do Estado Islâmico (EI) e da Al-Qaeda respectivamente, afirmou Phillip Smyth, analista americano especializado em grupos armados xiitas.
"Não há nenhuma dúvida de que a grande nação do Irã e outras nações livres da região se vingarão por este crime horrível dos criminosos Estados Unidos", afirmou o presidente iraniano, Hassan Rohani.
Para o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohamad Javad Zarif, esta é uma "escalada extremamente perigosa e imprudente". A diplomacia iraniana convocou o embaixador da Suíça, que representa os interesses dos Estados Unidos em Teerã.
A morte de Soleimani marca uma forte escalada no impasse entre Washington e Teerã, que passou por diversas crises desde que o presidente americano, Donald Trump, se retirou do acordo nuclear de 2015 e impôs sanções ao país persa.
O assassinato, e uma eventual retaliação do Irã, podem acender um conflito que envolve toda a região, colocando em risco as tropas americanas no Iraque, na Síria e em demais territórios.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira, 3, em sua conta no Twitter que o "povo do Iraque não quer ser dominado e controlado pelo Irã", mas completou dizendo que "em última análise, essa é a escolha deles, do Iraque.
Trump também afirmou que pagam bilhões de dólares ao Iraque por ano, e tem feito isso por muitos anos. O presidente dos EUA voltou a criticar o "controle" que o Irã tem ganhado sobre o país vizinho. "Nos últimos 15 anos, o Irã ganhou mais e mais controle sobre o Iraque, e o povo do Iraque não está feliz com isso. Isso nunca vai acabar bem!", finalizou Trump.