No fim da tarde dessa segunda-feira (28), ao sair do encontro com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, o governador Paulo Câmara (PSB), vice-presidente nacional do PSB, afirmou que era praticamente certo que o partido apoiaria um candidato da própria agremiação na eleição presidencial da Câmara dos Deputados, marcada para a próxima sexta-feira (1º). O socialista falou, inclusive, sobre a possibilidade de o partido fechar com o nome do deputado João Henrique Caldas (PSB), o JHC, que está em campanha pelo posto.
“Eu acredito que o processo de discussão continua, mas já há, por ampla maioria dos deputados, um encaminhamento para o lançamento de candidatura própria”, disse Paulo.
À noite, porém, a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, divulgou que o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), – que já tinha o apoio de mais de dez siglas à sua reeleição – aliou-se também ao MDB, PP e PTB. As três legendas anteriormente integravam um blocão de oposição ao democrata, do qual o PSB fazia parte e que provavelmente incorporaria PT e PSOL.
A notícia, confirmada pelo presidente nacional do MDB, senador Romero Jucá, pegou a bancada socialista de surpresa e põe uma interrogação sobre o posicionamento do PSB em relação à eleição na Casa Baixa.
Depois da divulgação da “implosão” do bloco de oposição, um socialista afirmou, em reserva, que é remota a possibilidade de o PSB lançar candidato à vaga nas atuais circunstâncias.
Nos bastidores, comenta-se ainda que parte dos parlamentares do PSB rejeita a formação de um bloco apenas com o PT e PSOL, enquanto outra parte do grupo crê que o partido entraria em contradição caso, neste momento, resolvesse voltar atrás e apoiar Maia, uma vez que no dia 23 de janeiro lançou nota afirmando que não estaria ao lado do democrata.
O tema deve ser tratado na noite desta terça-feira (29), na sede do PSB, em Brasília, durante reunião dos parlamentares do partido. Até o fechamento desta edição não havia confirmação se Paulo participaria do encontro. (R.M)