A cidade natal do presidente Jair Bolsonaro (PSL), Glicério, no interior de São Paulo, pode ser extinta com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Pacto Federativo. O município, de acordo com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, tem 4.565 mil habitantes. Pela proposta do governo federal, os municípios que possuem até cinco mil habitantes e arrecadação própria inferior a 10% da receita total passariam a incorporar, a partir de 2026, o município vizinho.
De acordo com o IBGE, em 2016, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita de Glicério era de R$ 21.302,04 e 90,5% das receitas são oriundas de recursos próprios, ou seja, apenas 9,5% é de arrecadação própria.
O prefeito de Glicério, Ildo de Souza (PSDB), é contra a proposta do governo federal. “Sou contrário. Não apoio e não aprovo. Se tivesse meu voto lá, não teria. Tem município pequeno com dificuldade, tem sim, muitos. Mas não é por culpa do município. É pelo sistema que existe hoje na nossa política de distribuição de renda. O governo federal leva muito dos municípios e repassa pouco, essa é a realidade”, comentou o gestor.
Durante a campanha eleitoral de 2018, o então candidato à presidência da República Jair Bolsonaro recebeu, das mãos do prefeito Ildo de Souza, a chave de Glicério. Bolsonaro foi recebido por uma comitiva de vereadores da cidade e por Ildo. Durante sua passagem pela cidade, ele discursou e falou em lembrar das suas raízes. “Aquele que esquece seu passado está condenado a não ter futuro. Não há dúvida que estou emocionado, nasci aqui no dia 21 de março de 1955”, disse o então candidato. Bolsonaro ficou apenas oito meses na cidade após nascer.