“Não há plano B”, cravou o senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB), na última segunda-feira (8), em entrevista à Rádio Jornal Caruaru, ao ser questionado sobre os caminhos que adotará caso perca a batalha jurídica que trava com o grupo do deputado estadual Jarbas Vasconcelos pelo comando do PMDB pernambucano. “Do ponto de vista político, a situação já está resolvida (...), agora temos que ter paciência e aguardar o tempo da Justiça”, completou o parlamentar.
Alvo da Operação Lava Jato, FBC disse que tem a consciência tranquila em relação às acusações e fez questão de ressaltar que, em toda a sua trajetória, nunca foi condenado por crime algum. “Toda a política brasileira está sob investigação, não sou só eu. (...) Tenho 34 anos de vida pública e nenhuma condenação sequer. Fui prefeito por dez anos, secretário três vezes, ministro de Estado, deputado federal, deputado estadual, sou senador e não tem nada que possa desabonar a minha conduta”, frisou.
Pré-candidato ao Palácio do Campo das Princesas, FBC não poupou críticas ao governador Paulo Câmara (PSB). Além de dizer que o socialista “não entregou o que prometeu” e “destruiu o programa Pacto pela Vida”, afirmou que, mesmo quando eram aliados, nunca foi procurado pelo chefe do Executivo estadual para auxiliá-lo na condução dos desafios da gestão. “Não tive a alegria de receber, nesses três anos como senador, sequer um ofício solicitando qualquer tipo de demanda do interesse de Pernambuco”, relatou.
Sobre as eleições presidenciais, FBC disse que prefere aguardar uma definição maior dos cenários para afirmar qual candidato pretende apoiar. O senador comentou, no entanto, que considera “importante” a candidatura do ex-presidente Lula. “Convivi com o presidente Lula e eu torço para que ele possa participar do processo político. Não votarei nele por razões óbvias, porque estou apostando em um outro projeto, mas eu torço para que ele possa superar suas dificuldades. Não entro nos méritos daquilo que a Justiça está julgando, mas entendo que seria importante para o processo político se ele pudesse participar das eleições como candidato”, argumentou.
Questionado sobre a privatização da Eletrobras, o senador foi enfático: “É um absurdo dizer que vão privatizar o Rio São Francisco. É uma guerra política”. E completou: “Como justificar um setor como o de energia, em que a gente tem cerca de 2 mil empregos ganhando mais de R$ 60 mil por mês? Para quê? Por quê?”, indagou.
Em resposta às críticas feitas pelo senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB) ao governador Paulo Câmara (PSB), o deputado estadual Waldemar Borges (PSB) afirmou, através de nota, que o ex-correligionário é instável e que “seus projetos pessoais e familiares falam mais alto que a fidelidade e a coerência”.
No texto de dez parágrafos encaminhado ontem à noite ao JC, após destacar frases de apoio a Paulo ditas por FBC no passado, o deputado afirma: “Essa coletânea de declarações de Fernando Bezerra Coelho só mostra que, para ele, a palavra não é um patrimônio”.
Rememorando parte da trajetória política do adversário, Borges diz ser difícil comentar suas declarações, uma vez que, segundo ele, o senador “muda muito de opinião”.
“Fernando foi ministro do governo Dilma. Tem um filho ministro de Temer. Uma hora elogia um, critica o outro. Fernando é assim. Hoje ele defende o presidente Temer. Ontem, ele defendia Dilma. Hoje, é uma coisa. Amanhã, ele é outra”, disparou.
No comunicado, além de ressaltar feitos do governador em áreas como a educação, por exemplo, o deputado destacou os esforços de Paulo para combater a violência no Estado. “É no governo Paulo que foi feito o maior investimento em segurança pública deste Estado. O Pacto pela Vida é monitorado pessoalmente pelo governador junto com representantes de todos os Poderes. Fernando dizer que o Pacto acabou é atingir a todos que semanalmente estão lá no monitoramento do programa mais exitoso do Brasil no enfrentamento ao crime”, avaliou.
Depois de uma maratona pelo interior do Estado na semana passada para eventos de inauguração e ordem de serviço, o governador entregou, sem inauguração, a Unidade I do Presídio de Itaquitinga, que vai abrigar mil presos de regime fechado. O evento não constava na agenda de Paulo. Nesta quarta (9), o governador informa novamente não ter agenda pública.